Nunca se falou tanto, como actualmente, em segurança, protecção ambiental, sustentabilidade, limites de velocidade e outras questões que, em teoria, deveriam condicionar a aceitação dos automóveis de alta performance. Porém, nunca como agora houve uma tão grande proliferação de modelos capazes de fazer sonhar os amantes dos superdesportivos. Daqueles à séria, em que o preço é um factor, aparentemente, desprezível, e em que uma potência na casa do milhar de “cavalos” já não é nada de espantar.

Esqueça os desportivos, pois a fasquia está já tão elevada que este termo, que tão bem nos serviu nas últimas dezenas de anos, cedeu o seu lugar aos superdesportivos, hiperdesportivos e megadesportivos. Animados por motores a gasolina, eléctricos ou ambos. Seleccionámos os 17 veículos actualmente mais representativos desta categoria, tão exuberante quanto dispendiosa, e apresentamo-los aqui, organizados por preço, ainda que este não tenha muito que ver com a potência. O que é comprovado pelo modelo mais caro ser, curiosamente, um dos menos potentes do lote.

O facto de alguns dos modelos até já nem serem produzidos não impediu que os incluíssemos: afinal, em termos práticos, boa parte daqueles que ainda nem entraram em produção, também já estão esgotados. Por isso, num caso como no outro, resta sonhar… ou ansiar por um daqueles leilões em que pode aparecer uma destas preciosidades.

Quanto aos preços dos modelos aqui apresentados, são meramente indicativos. Por não incluírem impostos, e porque, em vários casos, nem sequer foram oficialmente revelados pelos seus fabricantes.

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EF7 Vision Gran Turismo – 1 milhão de euros

Mais do que na potência bruta, ou na performance pura, o superdesportivo idealizado por Emerson Fittipaldi visa transmitir a quem o conduz as sensações típicas de um carro de corridas, em que a eficácia é determinante. Daí a monocoque em carbono, essencial para alcançar um peso na ordem dos 1000 kg sem comprometer a segurança, pese embora o seu restante argumentário seja tudo menos desprezível: motor 4.8-V8 atmosférico com 600 cv e 420 Nm, caixa sequencial de seis velocidades e diferencial autoblocante.

Para já, quem estiver disposto a gastar 1 milhão de euros no EF7 Vision Gran Turismo apenas poderá circular com ele em pista. Mas, em compensação, terá direito a um curso de condução supervisionado pelo bicampeão mundial de F1, assim como aos seus exclusivos eventos que se realizarão um pouco por todo o mundo.

Apollo Arrow – 1 milhão de euros

Das cinzas da Gumpert nasceu a Apollo, e o modelo com o mesmo nome passou a chamar-se Arrow, tendo recebido alguns melhoramentos e sendo animado por um motor 4-0-V8 biturbo de origem Audi, com 1000 cv de potência. Pesando somente 1300 kg, capaz de aflorar os 360 km/h e de cumprir os 0-100 km/h em 2,9 segundos, o Apollo Arrow é produzido em Itália, pelos especialistas da Manifattura Automobili Torino, em parceria com a Scuderia Cameron Glickenhaus (o milionário norte-americano foi decisivo para viabilizar o projecto, ao ceder a tecnologia do chassi do seu SCG003C, e voltará a aparecer mais à frente nesta listagem). Se o preço não lhe convier, ou caso não encontre um exemplar disponível para venda, pode sempre esperar pela versão “S”, apelidada como “de estrada”, animada pelo mesmo motor, mas seguramente um pouco mais em conta.

Mazzanti Evantra Millecavalli – 1,1 milhões de euros

Especialista no design e na construção de supercarros, Luca Mazzanti criou o Evantra em 2012, então com motor 7.0-V8 de 751 cv. Mas rapidamente fez evoluir o seu coupé superdesportivo para uma versão ainda mais extrema, animada por um novo 7.2-V8 biturbo, com nada menos de 1000 cv e um binário máximo de 1200 Nm – assim se percebendo a sua designação oficial Evantra Millecavalli (mil cavalos, em italiano)

Tido como o mais potente automóvel autorizado a circular na via pública fabricado em Itália (supera qualquer criação da Ferrari, da Lamborghini ou da Pagani que possa receber matrículas), o Evantra Millecavalli conta ainda com uma caixa de velocidades sequencial de seis relações especificamente desenvolvida para si, e anuncia um peso de 1300 kg, que muito o ajudará a cumprir os 0-100 km/h em 2,7 segundos e a alcançar 402 km/h de velocidade máxima. Os candidatos a cada um dos 25 exemplares do Evantra Millecavalli que a Mazzanti se propõe produzir (de forma totalmente artesanal e configurável ao gosto do seu proprietário), ao longo dos próximos cinco anos, deverão ter disponíveis 1,1 milhões de euros.

Hennessey Venom GT – 1,1 milhões de euros

Pegar no ultraleve chassi do Lotus Exige e introduzir-lhe as (muitas) modificações necessárias para acolher um V8 de 7,0 litros com 1260 cv de potência foi, essencialmente, o conceito por detrás do Venom GT. Um superdesportivo “venenoso”, o primeiro a alcançar uma relação peso/potência de 1,1 kg/cv, de que foram produzidas apenas 12 unidades, em proporções iguais entre as versões com hardtop e descapotáveis (o primeiro destes destinado a Steven Tyler, vocalista dos Aerosmith, e, entretanto, já leiloado).

Capaz de cumprir os 0-100 km/h em menos de 3,0 segundos, as credenciais dinâmicas do superdesportivo texano são melhor atestadas pelos vários recordes de velocidade que protagonizou: cumpriu os 0-300 km/h em 13,61 segundos em 2013; alcançou 435 km/h em 2014, na pista de aterragem dos vaivém espaciais da NASA na Florida; em 2016 bateu por quase 18 km/h o recorde de velocidade estabelecido pelo Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse, ao alcançar 427,4 km/h, mas o feito não foi homologado pelo Guiness, que exige que a prova seja efectuada nos dois sentidos da pista.

Nio EP9 – 1,1 milhões de euros

detentor de vários recordes em diferentes pistas, para desportivos eléctricos, o Nio EP9 recebe muita da tecnologia utilizada pela “casa-mãe”, a NextEV, na Fórmula E. Com carroçaria e monocoque em fibra de carbono, o superdesportivo chinês dispõe ainda de aerodinâmica activa e de suspensões também activas, para um peso de 1735 kg, o que está longe de constituir uma referência.

É animado por quatro motores eléctricos, para uma potência combinada de 1360 cv, o que lhe permite anunciar 313 km/h de velocidade máxima, 2,7 segundos nos 0-100 km/h, 7,1 segundos nos 0-200 km/h e 15,9 segundos nos 0-300 km/h. Não menos relevante, o facto de garantir cumprir os regulamentos da classe LMP1 da FIA, e conseguir atingir acelerações de 2,53 G em curva, e de 3,30 G em travagem.

Apesar de tudo isto, a aquisição de um EP9 é, por ora, virtualmente impossível. Não pelo preço de 1,1 milhões de euros que se prevê que cada exemplar venha a custar, mas porque as seis unidades que serão produzidas se destinam a uma utilização exclusivamente em pista por parte da própria empresa e dos seus investidores, em eventos promocionais que anteciparão o primeiro Nio verdadeiramente comercializável, obviamente eléctrico, mas de formato e características bem mais convencionais.

Arash AF10 Hybrid – 1,4 milhões de euros

Originalmente revelado em 2008, mas sem nunca ter conhecido a produção, o superdesportivo britânico recebeu uma profunda actualização o ano passado, passando a contar com um motor 6.2-V8 sobrealimentado de 912 cv e 1200 Nm, combinado com quatro motores eléctricos capazes de gerar 1196 cv e 1080 Nm – para um impressionante rendimento combinado de 2108 cv e 2280 Nm. As prestações indicam menos de 3,0 segundos nos 0-100 km/h e uma velocidade máxima superior a 323 km/h. O preço é de 1,4 milhões de euros, ou um pouco mais se se optar pela versão homologada para circuito, com gaiola de protecção, extintor e outros elementos exigidos em corrida.

Koenigsegg Regera – 1,7 milhões de euros

Quando o tema são os automóveis mais desportivos e radicais do planeta, então, vários dos modelos resultantes do engenho do mago sueco Christian von Koenigsegg teriam que integrar qualquer lista. Pela sua sofisticação, destaque-se aqui o Regera, um poderoso superdesportivo de luxo híbrido, o mais adaptado de sempre da marca nórdica a um uso quotidiano, pelo conforto invulgar que oferece para um modelo proveniente de Ängelholm.

Não que isso tenha inibido a marca de aqui montar um 5.0-V8 biturbo com 1100 cv e mais de 1000 Nm, combinado com três motores eléctricos (um por roda traseira, com 245 cv cada, e um terceiro com 218 cv, instalado entre o V8 e o pack de baterias, para um total total 700 cv), tudo associado à exclusiva tecnologia Koenigsegg Direct Drive, que permite dispensar a habitual caixa de velocidades, de forma a tornar o veículo mais leve e eficiente.

Em sueco, Regera significa “reinar”, e é fácil perceber o porquê do nome escolhido para este modelo: mais de 1500 cv de potência, um pack de baterias capaz de oferecer 525 kW em descarga e 200 kW em carga (o que só encontra paralelo num monologar de F1), menos de 20 segundos nos 0-400 km/h e não mais do que 3,2 segundos na reprise 150-250 km/h! O Regera é, ainda assim, capaz de cumprir 35 km no modo exclusivamente eléctrico, e também é capaz de oferecer uma sonoridade deliciosa, em boa parte devido ao sistema de escape em titânio fornecido pela Akrapovic.

Quem conseguir aceder a um dos 80 exemplares produzidos artesanalmente terá de desembolsar, no mínimo, 1,7 milhões de euros antes de impostos. Ainda assim, um milhão de euros menos do que o pedido pelo One:1, de que foram fabricados apenas sete exemplares…

SCG 003S – 1,8 milhões de euros

Apaixonado confesso pela Ferrari, e detentor de alguns exemplares únicos de modelos da marca de Maranello, o realizador e multimilionário James Glickenhaus decidiu criar o seu próprio superdesportivo, e para isso fundou a SCG (Scuderia Cameron Glickenhaus). Assim nasceu o SCG 003S, versão de estrada do modelo que faz alinhar há uns anos na competição, a produzir pela Manifattura Automobili Torino, numa série limitada a não mais do que três exemplares.

E porquê tão poucos? Neste caso, não é para assegurar a por norma tão ambicionada exclusividade, mas porque, apesar de um preço unitário de 1,8 milhões de euros, Glickenhaus perderá qualquer coisa como 4,2 milhões de euros em cada SCG 003S vendido. O chassi sofisticado, digno de um carro de corridas, os 1360 kg de peso e os 810 cv debitados pelo motor 4.4-V8 biturbo são alguns dos factores que permitem alcançar 349 km/h de velocidade máxima e cumprir os 0-100 km/h em menos de 3,0 segundos. Falta apenas comprovar se o SCG 003S consegue mesmo bater o Lamborghini Huracán Performante, actual detentor do recorde da volta na sua categoria, no mítico traçado do Nordschleife do circuito de Nürburgring.

Pagani Huayra Roadster – 2,25 milhões de euros

A dificuldade em eleger um representante da Pagani para constar desta listagem não residiu tanto no modelo, mas na versão. Mas como todas as derivações do Huayra têm já a sua (reduzida) produção totalmente destinada, a escolha acabou por recair no Huayra Roadster, por ser o mais recente e, seguramente, um dos mais espectaculares membros da família.

Esta é como que a variante aberta do Huayra BC, incorporando boa parte das soluções introduzidas por essa espectacular evolução do coupé criado por Horacio Pagani, com 800 cv e produção limitada a 20 exemplares, cada qual custando 2,3 milhões de euros. O Huayra Roadster será produzido numa muito mais ampla escala (uma centena de exemplares), mas nem isso, nem o preço de 2.25 milhões de euros à saída de fábrica, impediu que todos os exemplares encontrassem comprador ainda antes de ser mostrado em público.

E isto porquê? Porque, além de toda a sua exclusividade, e de uma estética arrebatadora, o Huayra Roadster conta com chassi em carbono, titânio e Carbo-Triax HP52, com subchassis em cromo-vanádio, pesa 1280 kg e monta um 6.0-V12 biturbo produzido especificamente pela AMG para a Pagani, com 764 cv e 1000 Nm. A caixa pilotada Xtrac de sete velocidades é outros dos seus atributos, como o serão as suas prestações, que ainda não foram reveladas, mas prometem quando é prometido que o veículo estará apto a alcançar acelerações laterais de até 1,8 G…

Ferrari FXX K – 2,5 milhões de euros

Pode a alguns parecer estranho gastar 2,5 milhões de euros num automóvel que nem está autorizado a circular na via pública, mas nada que perturbe um verdadeiro aficionado da Ferrari (e não só…), que não deixará de usufruir dos exclusivos eventos incluídos no programa do FXX K. Que mais não é do que a versão realmente extrema do LaFerrari, com motor V12 de 860 cv, motor eléctrico de 190 cv (a potência máxima combinada é de 1050 cv), sistema HY-KERS, uma aerodinâmica aperfeiçoada e pleno de inovações tecnológicas.

Se o conceito não é do seu agrado, pode sempre tentar adquirir um dos 500 exemplares produzidos do LaFerrari convencional, ou uma das 200 unidades produzidas do LaFerrari Aperta, a versão descapotável do superdesportivo de Maranello. Antecipando que tal possa não ser fácil, fica mais uma sugestão para os tiffosi: o 812 Superfast, o mais potente Ferrari de produção em série de sempre, com motor 6.5-V12 de 800 cv, capaz de cumprir os 0-100 km/h em 2,9 segundos e de atingir 340 km/h de velocidade, e cujo preço deverá ser bem mais “acessível”, seguramente abaixo dos 400 mil euros em Portugal, e já com impostos incluídos.

Pagani Huayra BC – 2,5 milhões de euros

Pode dizer-se, sem ofensa, que é uma besta! Ou, pelo menos, um cavalo de corridas. Com um motor central Mercedes-AMG V12 de 6,0 litros, o Pagani Huayra BC foi redesenhado para uma condução “civilizada” em estrada, o que não o impede de manter acesa a sua característica mais marcante: o espírito de pista. Mais leve (menos 136 kg) e com mais equipamento, este superdesportivo debita agora 789cv, além de beneficiar de uma suspensão melhorada e de uma nova caixa manual de sete velocidades. Os 20 exemplares produzidos já foram todos vendidos.

Bugatti Chiron – 2,5 milhões de euros

Motor de 16 cilindros dispostos em W, com 8,0 litros de capacidade e capaz de disponibilizar 1500 cv. Caixa de velocidades de dupla embraiagem e sete relações. Tracção integral permanente. E uma extraordinária capacidade para adaptar-se a uma utilização convencional, apesar da sua extrema eficácia e de prestações que dele fazem o automóvel de produção em série mais rápido do planeta: 2,5 segundos nos 0-100 km/h e uma velocidade máxima de 420 km/h. Apresentado à imprensa internacional em Portugal, o Chiron é unanimemente considerado a melhor criação de sempre da Bugatti. Mais um atributo que ajuda a perceber porque motivo mais de metade da produção, limitada a 500 exemplares, tem já comprador definido. Por isso, caso esteja interessado, o melhor é preparar os 3 milhões de euros pedidos por esta extraordinária montra de engenharia, e comprar antes que esgote…

Icona Vulcano Titanium – 2,6 milhões de euros

A inédita estrutura em titânio e fibra de carbono é o principal elemento diferenciador do superdesportivo concebido pela Icona Turin e fabricado pela também italiana Cecomp, e uma das principais explicações para o seu peso de 1580 kg. A especificação do motor do Vulcano Titanium foi definida por Claudio Lombardi, ex-director da equipa Ferrari de Fórmula 1, com a ajuda de Mario Cavagnero, considerado o “pai” do motor que animava o Lancia Delta Integrale multicampeão mundial de ralis.

De série, e optimizado para circular na via pública, o 6.2-V8 sobrealimentado, proveniente do Corvette ZR1, oferece 760 cv e 840 Nm, permitindo ao Vulcano Titanium alcançar os 350 km/h, cumprir os 0-100 km/h em 2,8 segundos e os 0-200 km/h em 8,8 segundos. Contudo, e a pedido do cliente, pode chegar a uma potência superior a 1000 cv, o que, naturalmente, reduz a sua longevidade e será mais ajustado a uma utilização em circuito. Neste último caso, não se sabe o valor a pedir por um modelo que, na versão “base”, já custa qualquer coisa como 2,6 milhões de euros.

Aston Martin Valkyrie – 2,8 milhões de euros

O primeiro a ser revelado de uma nova geração de hiperdesportivos com tecnologia oriunda da Fórmula 1, o Valkyrie foi desenvolvido em conjunto pela Aston Martin e pela equipa da Red Bull que compete na disciplina máxima do automobilismo de velocidade. A monocoque em carbono é produzida pelos canadianos da Multimac (que produzem elemento idêntico para o Ford GT), o motor 6.5-V12 de 820 cv combina-se com um sistema híbrido de origem Rimac e uma caixa de sete velocidades da Ricardo.

A relação peso potência de 1,0 kg/cv só poderá traduzir-se em prestações de tirar a respiração, pese embora os únicos valores aventados sejam os escassos 10 segundos necessários para atingir as 200 mph (321 km/h) e uma velocidade máxima superior a 400 km/h. Se não conseguir a ceder a nenhuma das 175 unidades a produzir, já incluindo os protótipos de desenvolvimento (150 para a via pública, 25 para utilização apenas em circuito), ou pagar os 2,8 milhões de euros que a marca de Gaydon pedirá pelo modelo que começará a ser entregue em 2019, pode sempre esperar pelo final de 2020 e tentar adquirir o mais “modesto” superdesportivo de motor central que derivará do Valkyrie: desenhado por Adrian Newey, e também com motor V12 Cosworth, promete superar os 320 km/h e rivalizar com modelos como o Ferrari 488 GTB ou o McLaren 720S.

Techrules Ren – Cerca de 3 milhões de euros

Desenhado por Fabrizio e Giorgetto Guigiaro, e produzido pela L.M. Gianetti (a partir de 2018, a um ritmo de 25 unidades/ano), o Ren ainda não tem preço definido (embora seja certo que este se situará na casa dos sete dígitos) e é mais um superdesportivo chinês que tem por base uma motorização eléctrica, ainda que com algumas nuances inéditas e bastante interessantes. Por exemplo, pode adoptar três configurações de motor, cada qual com 217 cv: dois traseiros (435 cv); dois traseiros e dois dianteiros (870 cv); ou dois dianteiros e quatro traseiros (1305 cv).

Na sua versão mais poderosa, o Ren anuncia 2,5 segundos nos 0-100 km/h, sendo a velocidade máxima de 320 km/h. As baterias garantem uma autonomia de cerca de 200 km no modo exclusivamente eléctrico, sendo recarregadas por microturbinas de 30 kWh, aptas a consumir uma plêiade de combustíveis líquidos e gasosos (nomeadamente gasóleo, gasolina e hidrogénio), fazendo do superdesportivo da Techrules um eléctrico com extensor de autonomia. Quando o gasóleo é o eleito, o depósito de 80 litros assegura uma autonomia de 1170 km.

W Motors Lykan Hypersport – 3,2 milhões de euros

Fundada em Beirute e depois traferida para o Dubai, a W Motors é responsável pela criação do primeiro superdesportivo de origem árabe, da maioria conhecido pela sua participação no filme “Velocidade Furiosa 7”. As linhas marcantes da sua carroçaria em fibra de carbono dão o mote para uma mecânica de excepção, em que sobressai o motor Boxer biturbo de seis cilindros opostos de origem Porsche, mas fornecido pelos especialistas da Ruf, assim se percebendo um rendimento de 790 cv e 960 Nm para uma capacidade de 3,8 litros.

A caixa pode ser sequencial de seis velocidades, ou pilotada PDK de sete relações, com as prestações a serem outros dos principais motivos de interesse: 2,8 segundos nos 0-100 km/h, 9,4 segundos nos 0-200 km/h e 385 km/h de velocidade máxima. Cada uma das apenas sete unidades produzidas são totalmente personalizáveis, o que ajuda a explicar um preço unitário de 3,2 milhões de euros, antes de impostos. Isso e as ópticas dianteiras – não por serem integralmente por LED, mas porque têm incrustados nada menos do que 220 diamantes (ou qualquer outra pedra preciosa ou semipreciosa eleita pelo seu afortunado destinatário).

Lamborghini Veneno Roadster – 4,2 milhões de euros

Se não for o automóvel mais caro do planeta do momento, não andará longe, já que estima-se que a Lamborghini tenha exigido 4,2 milhões de euros por cada um dos exemplares fabricados do Veneno Roadster (do coupé foram produzidos apenas quatro!). Totalmente construído em carbono, monta um motor 6.5-V12 a 60° atmosférico, capaz de debitar 750 cv e um binário máximo de 690 Nm, estando a transmissão a cargo de uma caixa sequencial e de um sistema de tracção integral.

Com uma relação peso/potência de 1,9 kg/cv, e uma aerodinâmica extremamente apurada, o Veneno Roadster cumpre os 0-100 km/h em 2,9 segundos e alcança uma velocidade máxima de 355 km/h. Diz quem teve o privilégio de conduzi-los que as suas formas por demais agressivas e acutilantes, inspiradas na aeronáutica, são o espelho perfeito da sua competência dinâmica.

Tendo em conta o elevado grau de improbabilidade de algum dos nove felizardos se querer desfazer do seu Veneno, e deixando de lado outras produções extremamente limitadas da casa de Sant’Agata Bolognese, os amantes da performance pura poderão sempre optar pelo novíssimo Huracán Performante. Graças às melhorias operadas no motor 5.2-V10 (aqui com 640 cv e 600 Nm), aos vários elementos construídos em material compósito forjado (contribuindo para um peso de apenas 1382 kg), à ainda mais rápida caixa de velocidades pilotada e à aerodinâmica activa, o Huracán Performante é capaz de superar os 325 km/h de velocidade máxima, e de cumprir os 0-100 km/h em 2,9 segundos, e os 0-200 km/h em 8,9 segundos, e tudo isto por “apenas” 260 mil euros antes de impostos. Uma pechincha, portanto, face à maioria dos modelos aqui referidos…

Saudades do futuro…

Num tão extenso lote de automóveis de altas prestações, seria de estranhar a ausência de dois nomes de vulto: McLaren e Mercedes. Se bem que qualquer delas conte no seu catálogo com modelos dignos de figurar entre tão respeitável elenco, a verdade é que as suas criações mais extremas só daqui a algum tempo chegarão ao mercado.

Em qualquer dos casos, os nomes definitivos estão por revelar, assim como imagens que permitam visualizar as suas formas derradeiras. Mas também já existem dados suficientes para deixar muito boa gente com água na boca…

McLaren BP23 – 2,3 milhões de euros

Conhecido apenas pela sigla de código BP23, o novo hiperdesportivo da McLaren destaca-se pela sua configuração de três lugares, e por se assumir como um estradista de (muito) altas prestações, capaz de oferecer sempre um elevado conforto mesmo em viagens mais longas. Com um custo estimado de 2,3 milhões de euros antes de impostos, será produzido em somente 106 unidades, todas já vendidas.

Sendo certo que a motorização do BP23 será híbrida, resta saber se se confirmam os rumores de que conjugará um motor V6 turbo com um motor eléctrico. A potência será, seguramente, superior a 1000 cv. A monocoque é em fibra de carbono, o peso será dos mais baixos da classe e as prestações, naturalmente, de impor respeito.

Mercedes-AMG Project One – 2,27 milhões de euros

Será revelado em Setembro, no Salão de Frankfurt, o hiperdesportivo da Mercedes, para já apenas conhecido pelo nome de código Project One. A produção arrancará em 2018, e deverá estar limitada a 275 unidades, cada qual custando 2,27 milhões de euros. Como já não se estranhará, todas terão já destinatário definido.

Rival directo do Aston Martin Valkyrie, o Project One promete ser o primeiro automóvel do mundo com matrículas equipado com um motor de Fórmula 1. No caso, o V6 turbo de 1,6 litros, capaz de fazer 11 000 rpm e de cumprir 50 mil quilómetros antes de ser intervencionado, combinado com quatro motores eléctricos (um em cada roda dianteira, com 160 cv cada, um na cambota e outro no turbocompressor), para uma potência combinada superior a 1000 cv. A monocoque em carbono, similar à utilizada na F1, ajudará a garantir um peso da ordem dos 1300 kg, e, não havendo ainda dados oficiais relativos às prestações, é de esperar uma velocidade máxima em torno dos 350 km/h e menos de 3,0 segundos nos 0-100 km/h.

… e do passado

Por muito elevado que seja o preço de um automóvel novo, nada há que consiga superar as verbas atingidas pelos clássicos. Numa época em que a raridade de alguns bens palpáveis parece ser mais valorizada do que a virtualidade de alguns activos, o recordista nesta matéria, tanto quanto se sabe, continua a ser o Ferrari 250 GTO.

Um modelo em causa foi construído pela marca do Cavallino Rampante, no início da década de 1960, especificamente para homologação em competição e de que apenas foram produzidos 39 exemplares. O motor 3.0 V12 oferecia 300 cv, o peso estava abaixo dos 900 kg e as últimas unidades a irem a leilão terão sido vendidas por um valor acima de 50 milhões de euros!