O Novo Banco apresentou esta quarta-feira resultados negativos de 788,3 milhões de euros, menos 141 milhões do que os prejuízos de 2015. O presidente-executivo, António Ramalho, diz que o banco “encerra um capítulo da sua vida”, com estes prejuízos. Mais imparidades no futuro? António Ramalho fala em “momento de inversão” na banca nacional mas diz que se mantém “cauteloso”.

A principal razão para os prejuízos é um provisionamento de 1.375 milhões, dinheiro colocado de parte e que está relacionado com os créditos problemáticos que estão no balanço da instituição. O presidente-executivo diz que as imparidades (provisões) foram reforçadas em parte por uma “reflexão” que os bancos fizeram depois de a Caixa Geral de Depósitos ter reconhecido imparidades pesadas no âmbito da sua recapitalização.

Decisivo para o futuro do banco, a confirmar-se a venda à Lone Star, é a quantidade de imparidades que será necessário fazer daqui para a frente. Disso depende até que ponto pode ser ativadas novas injeções por parte do Fundo de Resolução, para o que teria de haver empréstimos públicos.

“Há sintomas de que estamos a atingir o ponto de inversão. Estamos otimistas em relação ao futuro”, afirmou Ramalho. Contudo, é necessário continuar a ser “cauteloso” em relação ao futuro, acrescentou.

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Ramalho diz que não houve um esforço adicional para registar mais imparidades antes da venda à Lone Star. “Estas são as imparidades que se fazem para encerrar um capítulo e fechar contas sem reservas”, diz António Ramalho. Sobre a oferta da Lone Star, António Ramalho diz que tem um “equilíbrio adequado”, mostrando-se otimista de que o processo será fechado até ao verão.

Sobre a continuidade à frente do banco, António Ramalho foi questionado sobre se a Lone Star conta com ele para continuar na liderança executiva: “terá de perguntar à Lone Star”.

Voltando aos resultados, o Novo Banco aumentou o produto bancário em 11,1%. Os resultados operacionais, que não incluem essas provisões, triplicaram (para 387 milhões) graças, sobretudo, à redução dos custos operacionais.

Na apresentação dos resultados à comunicação social, em Lisboa, António Ramalho salientou que os objetivos da reestruturação do Novo Banco foi “amplamente cumprido”, com uma redução para 537 balcões e para 6.096 funcionários.

António Ramalho diz que, estando iminente a venda do Novo Banco ao fundo Lone Star, houve uma redução dos créditos problemáticos, dos custos operacionais. “Cumprir as exigências do banco de transição assegura que o Novo Banco, na nova fase, manterá toda a capacidade para assegurar os objetivos, com redução da sinistralidade, dos custos operacionais e atingir um resultado positivo não só em termos operacionais como em termos de toda a sua exploração”.