A Polícia moçambicana disse esta terça-feira estar a “fazer contactos” para apurar a origem e as circunstâncias da saída dos 18 chifres de rinoceronte, com origem em Moçambique, apreendidos na Malásia.

“Há informações que estão a ser trocadas e, principalmente, há interesse em saber mais sobre este caso”, afirmou Inácio Dina, porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique, durante uma conferência de imprensa de balanço semanal da atividade policial.

Na segunda-feira, as autoridades da Malásia anunciaram a apreensão de 18 chifres de rinocerontes avaliados em mais de três milhões de dólares (2,9 milhões de euros) e que terão circulado num avião de mercadorias que partiu de Moçambique, com escala em Doha.

Para Inácio Dina, o importante nesta altura é perceber se realmente existe este circuito e, de forma conjunta, desenhar uma estratégia para evitar que casos similares aconteçam futuramente.

O porta-voz sublinhou que a polícia moçambicana é membro da Interpol e que qualquer crime transfronteiriço conta sempre com a colaboração das autoridades de outros países.

Em Moçambique, a ação dos caçadores furtivos levou à quase extinção do rinoceronte, ameaçando também acabar com o elefante, que, segundo dados oficiais, viu o número de animais reduzido para metade nos últimos 10 anos.

A pobreza das populações e o crescimento do mercado internacional de venda de marfim e chifres de rinocerontes são apontadas como as principais causas da matança de animais.

A localização de Moçambique nas proximidades dos países considerados como centros da caça furtiva tem contribuído para a generalização deste crime.

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