O Infarmed garantiu que Portugal tem “um número adequado” de vacinas contra a hepatite A, ao contrário da denúncia do Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) que disse esta quinta-feira que as doses disponíveis não devem ser suficientes.

De acordo com um comunicado do GAT, as 12 mil doses de vacinas contra a hepatite A de que Portugal dispõe não vão ser suficientes para todo o ano de 2017. Em declarações esta quinta-feira à agência Lusa, o presidente do GAT considerou necessário que Portugal adquira mais vacinas para prevenir, no futuro, novos surtos de hepatite A.

Confrontado com estas afirmações, o Infarmed garantiu à agência Lusa que “Portugal dispõe de um número adequado daquelas vacinas face às necessidades identificadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), tendo em conta a utilização de acordo com os critérios que constam da norma publicada no dia 9 de abril pela DGS”.

O Ministério da Saúde tem mantido estreita articulação com as empresas titulares destas vacinas, estando planeadas entregas adicionais e faseadas destas vacinas durante o ano de 2017, em quantidade suficiente para normalizar a utilização no mercado português”, adianta o instituto que regula o setor do medicamento em Portugal.

Segundo Diogo Medina, médico do GAT, estima-se que as vacinas existentes em Portugal cheguem até fim de junho, sendo necessário acautelar que o país terá mais vacinas para depois. “O GAT alerta para Portugal tomar medidas para que não chegue à situação de Espanha, que tem zero vacinas”, afirmou à Lusa Diogo Medina, que tem trabalhado com a DGS neste surto de hepatite A.

A própria DGS já reconheceu que existe mundialmente um problema de produção de vacinas da hepatite A que está relacionado com os próprios laboratórios que as produzem, mas tem afirmado que Portugal tem vacinas suficientes para este surto se forem administradas criteriosamente.

De acordo com Diogo Medina, estima-se que Portugal necessita de cerca de 36 mil vacinas por ano só para viajantes. Quanto aos homens que têm sexo com homens, seriam necessárias, se todos fossem vacinados, cerca de 20 mil vacinas. Do total de doentes notificados em Portugal, 94% são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo (82%), sendo o principal modo de transmissão o contacto sexual entre homens que fazem sexo com homens.

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