É a própria procuradoria-geral alemã quem o confirma: o suspeito detido na quarta-feira após as explosões que atingiram o autocarro do Borrussia Dortmund (e feriram sem gravidade o jogador catalão Marc Bartra) foi membro do Estado Islâmico no Iraque, tendo mesmo sido o líder de uma fação responsável raptos, extorsão e assassínios no país.

Ainda segundo informações da procuradoria-geral divulgadas em comunicado esta quinta-feira de manhã, o suspeito é Abdul Beset A., tem 26 anos e terá chegado à Alemanha em meados do ano passado via Turquia.

No entanto, e apesar de continuar detido, as autoridades não confirmam por agora que Abdul tenho sido o responsável pelas três explosões de terça-feira à noite em Dortmund — ou que esteja relacionado com este atentando que foi já descrito pelas autoridades como tendo “motivações terroristas”.

O iraquiano não é, no entanto, o único suspeito detido após o atentado. Outro homem, um alemão de 28 anos, foi detido pela polícia em Froendenberg, localidade a cerca de 20 quilómetros do centro de Dortmund. Também ele poderá ter ligações ao Estado Islâmico.

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Recorde-se que perto do local das explosões foram encontradas três cartas distintas. Segundo o jornal alemão Suddeutsche Zeitung, nelas se encontrava escrito repetidas vezes “em nome de Alá”, apelando-se ainda ao fim da participação da Força Aérea alemã nos bombardeamentos sobre o auto-proclamado califado, bem como ao encerramento da base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha.

Citado pelo jornal Bild, Peter Neumann, especialista em terrorismo do King’s College, em Londres, considera que a ligação entre a autoria das cartas e o Estado Islâmico é questionável.

E explica: “Foram encontradas três confissões perto do local do crime. Isto nunca aconteceu antes no Estado Islâmico. Por outro lado, as cartas estão escritas em alemão e nelas se fala em “califado”. Isso é pouco comum; habitualmente os apoiantes do Estado Islâmico falam em ‘Kalifa’ e não em califado. Quanto às exigências, habitualmente o Estado Islâmico não é tão comedido como aqui.”