Não fosse a China o maior mercado automóvel do mundo, a Mercedes escolheu o Salão de Xangai, que abre portas já na próxima semana, para a revelação oficial do renovado Classe S, que lá mais para o Outono deverá chegar ao mercado (quase seguramente após a sua estreia europeia no Salão de Frankfurt).

A marca da estrela é, para já, parca em pormenores, limitando-se a adiantar que o modelo, além das linhas refrescadas, passará a contar com novos sistemas de assistência à condução, novas soluções em termos de conforto, novos motores e tecnologias pioneiras que aqui serão introduzidas em estreia mundial. Salientando, ainda, que em Xangai estarão, de igual modo, presentes os novos Mercedes-AMG S 63 4Matic+ e S 65 de altas prestações.

Não obstante, é sabido que, depois de ter sido suplantado pelo novo Classe E neste particular, esta actualização servirá para introduzir no Classe S as mais recentes inovações alcançadas pela Mercedes em termos de condução autónoma, para que o seu modelo de topo volte a ser a sua proposta mais dotada nesta matéria. Sob a chancela do programa Intelligent Drive, o renovado Classe S promete ser o modelo mais apto a auxiliar o condutor na sua função, isto a fazer fé nas palavras de Michael Hafner, responsável máximo pela condução autónoma e segurança activa da Mercedes.

Para tal, receberá melhorados sistemas baseados em radar e em câmaras, e, pela primeira vez, os dados dos mapas e da navegação serão usados para definir o comportamento do condutor ao volante, podendo a velocidade do veículo ser automaticamente ajustada na aproximação às curvas e cruzamentos. É também certo que, no renovado Classe S, todas as funções de assistência ao condutor passarão a ser controladas através do volante, podendo este verificar quais estão activas, e a que situações estão a dar resposta, através do head-up display.

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Quando o cruise control activo Distronic estiver activado, a velocidade é reduzida, e depois aumentada, em função da rota, bem como das curvas, dos cruzamentos e das portagens que o percurso apresente. Caso esteja seleccionado um destino no sistema de navegação, o Classe S também responderá em conformidade, por exemplo, reduzindo a velocidade na aproximação a uma saída de auto-estrada, assim permitindo ao condutor circular por períodos de tempo mais extensos no modo de condução autónoma.

Seis cilindros em linha regressam à oferta da Mercedes

Por outro lado, e como o Observador já havia adiantado, o Classe S foi o modelo escolhido pela marca de Estugarda para o lançamento de quatro novos propulsores. Todos pertencentes à sua família de motores modulares com uma cilindrada unitária de 500 cc, no que será, também, o regresso dos seis cilindros em linha à oferta da Mercedes.

Começando pelo topo, referência para o V8 biturbo a gasolina de 3982 cc, que promete ser um dos mais económicos da actualidade na sua categoria, em boa parte por contar com um sistema de desactivação de cilindros. Solução que, sempre que possível, em cargas parciais, entre as 900 rpm e as 3250 rpm, e assim estejam seleccionados os modos de condução Comfort ou Eco, inibe, em simultâneo, o funcionamento de quatro cilindros, para redução do consumo. Com os turbocompressores instalados entre as bancadas de cilindros, injecção directa variável, filtro de partículas e várias soluções destinadas a reduzir o atrito, oferece 476 cv de potência e um binário máximo de 700 Nm logo às 2000 rpm, anunciando um consumo 10% inferior ao do actual V8 de 455 cv.

Também a gasolina, o seis cilindros em linha de 3,0 litros equipado com um turbo com compressor auxiliar eléctrico e com um alternador-motor de arranque integrado ISG, destinados a anular o atraso da resposta da sobrealimentação. Com 408 cv de potência e mais de 500 Nm de binário, garante uma redução dos consumos e emissões de cerca de 15% relativamente ao actual 3.0-V6 de 333 cv, além de ser o primeiro dos novos motores da Mercedes a utilizar um sistema eléctrico de 48 Volt (o sistema eléctrico de 12 Volt continua a ser utilizado para fornecer energia a componentes como as luzes, a iluminação interior ou o sistema de infoentretenimento, entre outros).

Exactamente com a mesma arquitectura e capacidade, o novo seis cilindros em linha turbodiesel destaca-se pela câmara de combustão esculpida na cabeça do pistão, pela injecção directa com pressão máxima de 2500 bar, pela sobrealimentação de duplo estágio e por ser o primeiro do género a contar com distribuição variável Camtronic. Oferece 313 cv e mais de 650 Nm de binário, estando já apto a cumprir com as futuras normas de emissões e consumos obtidos em condições de condução reais.

Já o novo quatro cilindros a gasolina de 2,0 litros deverá oferecer mais de 270 cv, destacando-se por recorrer a um turbo twin-scroll, ao sistema Camtronic de distribuição variável sobre a admissão e ao sistema eléctrico de 48 Volt para alimenta a bomba de água e o alternador-motor de arranque. Tal como o novo V8, conta com um filtro de partículas para reduzir as emissões de poluentes.

De referir, ainda, que na mostra chinesa estará também o protótipo Concept A Sedan, antevisão de uma futura versão de três volumes e quatro portas da próxima geração do Classe A, que ainda se desconhece se será comercializada a nível global ou, pelo contrário, se destinará apenas a alguns mercados.