A Coreia do Norte está preparada para dar resposta nuclear a qualquer ataque nuclear, disse este sábado em Pyongyang o número dois do regime, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter recentemente prometido “tratar” do “problema” norte-coreano.

“Estamos prontos para responder a uma guerra total por uma guerra total, e estamos preparados para responder a qualquer ataque nuclear com um ataque nuclear à nossa maneira”, afirmou Choe Ryong-Hae durante uma cerimónia realizada antes do desfile militar organizado para comemorar o 105.º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung.

Kim Jong-un presidiu ao desfile organizado para celebrar o “Taeyangjeol” (“Dia do sol”), o aniversário de Kim Il-sung, avô do atual líder norte-coreano e considerado o fundador da Coreia do Norte, o primeiro líder da dinastia que controla o país há mais de 70 anos. Tropas e equipamentos militares desfilaram, como é tradição, na praça Kim Il-Sung, epicentro da capital norte-coreana.

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A questão da Coreia do Norte foi abordada por Donald Trump, esta quinta-feira, depois de os EUA terem largado uma bomba não-nuclear no Afeganistão.

“A Coreia do Norte é um problema, o problema será tratado”, disse o presidente dos EUA.

No dia seguinte, a Rússia afirmou estar preocupada com a escalada de tensão entre a Coreia do Norte e os EUA e pediu aos dois países contenção e que evitem qualquer ação que possa ser interpretada como uma “provocação”.

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As ameaças de Donald Trump levaram a China a alertar que um conflito entre os EUA e a Coreia do Norte “pode rebentar a todo o momento”. Numa conferência de imprensa, esta sexta-feria, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, considerou que quem quer que desencadeie um conflito “deverá assumir a responsabilidade histórica e pagar o preço”.

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Pyongyang exibe possível novo míssil de longo alcance

No dia que marca o 105.º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, o regime fez desfilar pelo centro de Pyongyang e sobre camiões um tipo de projétil nunca antes exibido em público e que poderá ser um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) de combustível sólido, escreve a agência Efe.

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Peritos na matéria estão a analisar as caraterísticas deste novo projétil que, advertem, poderá ser falso, já que não é a primeira vez que o regime exibe em desfiles maquetas falsas de mísseis que está a desenvolver.

No início do ano, o líder norte-coreano, Kim Jong-un advertiu que o país estava a ultimar o desenvolvimento de um ICBM que seria capaz de atingir território norte-americano.

Hoje, além de mostrar mísseis de médio alcance Musudan e o misterioso e temido KN-08, que é lançado a partir de uma plataforma móvel e ainda não foi testado com êxito, desfilaram na praça Kim Il-sung vários dos últimos desenvolvimentos do regime como o Pukguksong-1 e Pukguksong-2, exibidos em público pela primeira vez.

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O primeiro foi um míssil balístico lançado a partir de um submarino (SLBM) e o segundo, um projétil de médio alcance lançado a partir de uma plataforma móvel e que foi testado pela primeira vez em fevereiro e voltou a ser testado a 05 de abril, um ensaio que levou Washington a responder com o envio de um porta-aviões com propulsão nuclear para a península.