Artigo atualizado às 11.50 com novo balanço de mortos.

O número de combatentes ou apoiantes do autoproclamado Estado Islâmico que morreram na sequência do lançamento pelos EUA da bomba GBU-43 no leste do Afeganistão aumentou para 94, segundo um oficial afegão citado pela Associated Press.

Segundo Ataullah Khogyani, porta-voz do governador da província de Nangarhard, foram mortos no ataque quatro líderes do grupo radical.

“Felizmente, não há informações de civis mortos no ataque”, acrescentou. Este é o segundo balanço feito este sábado, o primeiro dava conta de 90 mortos.

Pelo menos 90 combatentes ou apoiantes do autoproclamado Estado Islâmico morreram na sequência do lançamento pelos EUA da bomba GBU-43 no leste do Afeganistão, informaram este sábado as autoridades afegãs, num novo balanço do número de mortos.

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Esmail Shinwar, governador do distrito de Achin, disse à AFP que “três túneis onde os combatentes tinham tomado posições na altura do ataque foram destruídos”.

A bomba GBU-43 (Massive Ordnance Air Blast – MOAB), que os Estados Unidos lançaram na quinta-feira no Afeganistão, pesa 9,5 toneladas, das quais 8,4 são explosivos, e tem um raio de ação com um diâmetro de 1,4 quilómetros.

Conhecida como “a mãe de todas as bombas”, foi desenvolvida para o Exército norte-americano por Albert L. Weimorts Jr., entretanto falecido, e começou a ser fabricada em 2001 no Laboratório de Investigação da Força Aérea.

O Governo afegão afirmou na quinta-feira que estava em contacto com os Estados Unidos e foi informado do lançamento em Nangarhar, no leste do país, de uma bomba GBU-43, encontrando-se a avaliar o resultado do bombardeamento.

O bombardeamento foi executado na quinta-feira às 19h32 locais (16h02 de Lisboa).

O assessor de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o objetivo era acabar com um “sistema de túneis” do grupo radical autoproclamado Estado Islâmico, que permitia aos seus milicianos “mover-se com liberdade e atacar com mais facilidade os militares norte-americanos e as forças afegãs”.

Uma das primeiras vozes ouvidas contra esta ação militar foi a do ex-Presidente afegão Hamid Karzai.

“Nós temos de ser mais duros, e de forma veemente condeno o lançamento da última arma, a maior bomba não-nuclear, no Afeganistão, pelos EUA”, escreveu Karzai, na rede social Twitter.

A bomba foi lançada na quinta-feira pela primeira vez em combate, uma vez que até agora apenas foi sujeita a testes, o primeiro dos quais em 2003 na Base da Força Aérea Englin, na Flórida. Outro teste foi realizado a 21 de novembro do mesmo ano.

Uma das principais características desta bomba, a capacidade de atingir grandes profundidades e destruir construções, como túneis, esteve na origem da escolha.

A bomba GBU-43 consegue atingir túneis com grande precisão, tendo sido esta a razão da sua escolha, já que, segundo o general John W. Nicholson, comandante das forças norte-americanas no Afeganistão, os jihadistas têm estado a trabalhar em defesas subterrâneas em ‘bunkers’.

Esta bomba não nuclear é considerada a segunda mais poderosa, só ultrapassada pelo artefacto explosivo russo FOAB, conhecido como “o pai de todas as bombas”.