As alegações finais do julgamento que pede a impugnação das eleições de Tomás Correia para a presidência da Associação Mutualista Montepio Geral decorrem na próxima terça-feira, em Lisboa, no Palácio da Justiça.

Está, assim, em vésperas de terminar, o julgamento que pede a repetição das eleições para os órgãos sociais da Associação Mutualista Montepio (Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Mesa da assembleia-geral), que decorreram no final de 2015.

Então, a Lista A, de Tomás Correia, conseguiu 30.891 votos, pelo que continuou a presidir aos destinos da Associação Mutualista Montepio Geral.

Em segundo lugar ficou a lista D, liderada por António Godinho, com 21,5% (11.298 votos), e, em terceiro, a lista C, encabeçada pelo economista Eugénio Rosa, com 16,3% dos votos (8.599). Por fim, ficou a lista E, de Luís Alberto Silva, com 3,5% do total de 52.634 votos contabilizados.

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Então, várias listas criticaram o ato eleitoral, mas foi a Lista D que anunciou desde logo a impugnação das eleições, acusando de irregularidades e falta de transparência.

Neste julgamento, que arrancou em janeiro, a Lista D tentou provar que nas eleições houve irregularidades e falta de transparência e ainda que, durante a campanha, não foi dada a todas as listas concorrentes os mesmos meios que teve a lista que venceu as eleições e que já estava a presidir à Associação Mutualista.

Além disso, a Lista D disse que, mesmo depois das eleições, não foi possível às listas da oposição assistir ao processo de validação dos votos por correspondência. Habitualmente, explicaram, nas eleições para a associação Mutualista Montepio 95% dos votos são feitos por correspondência.

A lista pediu mesmo autorização ao tribunal para juntar ao processo denúncias anónimas a dar conta de irregularidades ocorridas durante o ato eleitoral, o que foi aceite pela juíza, Mariana Santos Capote.

António Godinho, líder da Lista D, disse no início deste processo judicial que o objetivo da ação judicial é a repetição das eleições mas que, mais do que isso, espera que este processo obrigue a alterações em próximos atos eleitorais para que todas as listas “tenham meios adequados para fazer campanha”.

Depois das alegações finais, que decorrerão esta terça-feira, é esperado que a sentença seja conhecida em cerca de um mês.

A Associação Mutualista é o topo do Grupo Montepio, fazendo parte deste grupo a Caixa Económica Montepio Geral, o chamado banco mutualista.

A associação e o banco têm estado em foco nos últimos meses, com uma sucessão de notícias negativas, incluindo com a constituição de António Tomás Correia como arguido em processos-crime.