Foram esta segunda-feira divulgados os resultados dos mandatos de busca e declarações da investigação da morte de Prince. As informações revelam que o cantor tinha “uma quantidade considerável” de vários analgésicos narcóticos sem receita em caixas de aspirinas, avança o The New York Times.

A mistura de vários tipos de analgésicos com medicamentos quotidianos eram, de acordo com a mesma fonte, o método utilizado pelo cantor para esconder o seu vício em opiáceos, dos quais viria a morrer com uma overdose. Por toda a residência de Prince, Paisley Park, foram encontrados e apreendidos medicamentos, alguns dos quais rotulados com “Watson 853”. Trata-se de uma mistura de acetaminofeno e hidrocodona, encontrada num frasco de Aleve, um medicamento usado para dores de cabeça, músculos ou dentes, entre outros. Mais tarde, os investigadores descobriram que os “Watson 853” continham fentanil, o medicamento que terá matado o cantor, de acordo com os relatórios publicados.

Segundo os investigadores, Prince adquiria os opiáceos através de várias fontes. O The New York Times avança que agora a investigação está focada em descobrir quem obteve esses opiáceos, nomeadamente, a dose de fentanil.

Prince morreu de overdose com comprimidos mal rotulados?

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Algumas das receitas foram pedidas em nome de Kirk Johnson, um amigo de longa data e empregado no cantor, que viria encontrar o corpo de Prince num elevador da sua propriedade, Paisley Park, no Minnesota, nos Estados Unidos, em abril do ano passado. Segundo os documentos do tribunal, Johnson disse ter ido buscar, no dia antes da morte do cantor, três receitas de medicamentos usados para tratar a ansiedade que foram prescritas por Michael T. Schulenberg, o médico que tratava as dores crónicas de Prince. “Foi a primeira vez que ele fez algo deste género para o Prince”, pode ler-se nos documentos.

Ainda ninguém foi acusado da morte do artista.

“A investigação permanece ativa neste momento. Tivemos bastantes progressos ao longo deste ano mas ainda há mais trabalho a ser feito”, disse Jason Kamerud, vice-chefe do Escritório do xerife do condado de Carver ao The New York Times.

Uma das provas recolhidas em Paisley Park foi uma pasta identificada com o nome “Peter Bravestrong”, um nome usado por Prince. De acordo com os investigadores, lá dentro, para além da letra da canção “U Got the Look”, aparentemente escrita com a caligrafia de Prince, estavam vários frascos de medicamentos passados em nome de Kirk Johnson.

Nos dados revelados esta segunda-feira, ficou também a saber-se que Andrew Kornfeld, filho de Howard Kornfeld, médico especialista em vício de opiáceo, tinha sido chamado para tratar Prince. Judith Hill, que mantinha um relacionamento amoroso com o cantor, também foi questionada.

As informações resultam da investigação levada a cabo pelo xerife do Condado de Carver, em Minnesota, e a Drug Enforcement Administration, um órgão de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para combate às drogas.