O Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP chamou esta quarta-feira atenção para a falta de meios e envelhecimento na polícia, numa vigília para pedir ao diretor nacional para que intervenha e inverta o “caos” instalado na instituição.

Os chefes da Polícia de Segurança Pública organizam, ao longo desta quarta-feira, uma vigília junta à direção nacional da polícia, em Lisboa, para reivindicar a realização de concursos anuais para chefes e melhores meios para a PSP.

“Chefes da PSP dizemos basta!” é a frase inscrita nas camisolas pretas vestidas pelos cerca de 100 elementos que participam na vigília, que vai decorrer até às 18h00.

“Isto é uma vigília, nós estamos de luto, por isso viemos de camisola preta”, disse à agência Lusa Madail dos Santos, sublinhando que participa no protesto para “dignificar a classe de chefes” e mostrar que a polícia tem as classes hierárquicas de oficiais, chefes e agentes.

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No entanto, adiantou que atualmente “a classe de chefes está a ficar esquecida”, reivindicando o sindicato a realização de concursos anuais para chefes, como existe nos oficiais.

Segundo Madail dos Santos, há uma grande falta de chefes na PSP devido aos elementos que vão para a reforma e à falta de novas admissões.

Este chefe da PSP disse também que as funções de graduado de serviço na maioria das esquadras estão a ser desempenhadas por agentes e não por chefes de polícia.

As condições das viaturas e das instalações merecem também reparos por parte do Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP.

“Há uma demonstração de bons meios, mas não é isso que se passa no dia-a-dia, são viaturas degradadas e instalações degradadas, agentes que trabalham em condições que não são admissíveis em qualquer profissão, muito menos numa profissão que representa o Estado português, como é o caso da PSP”, disse.

Também o vice-presidente do sindicato, António Sousa, avançou à Lusa que nos comandos da PSP de Lisboa e Porto há “uma inoperacionalidade gritante por falta de meios, o que leva a que se tenha que pedir meios aos comandos mais pequenos, como Braga e Viana do Castelo”.

“Não deviam ser os chefes a dizer que não têm condições de trabalho”, afirmou, realçando que há uma “falta de intervenção do diretor nacional da PSP e da sua equipa”, que considera ser “uma figura distante” e que “só faz sentir a sua presença por legislação que vai sempre contra os interesses dos polícias”.

Nesse sentido, o sindicato pede a intervenção do diretor nacional da PSP: “Pedimos ao diretor nacional que não tenha medo, pode perder a confiança política, mas ganha a estima dos homens e mulheres que comanda”.

O Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP vai entregar hoje à direção nacional um documento com as principais reivindicações.

Atualmente, são cerca de 2000 os chefes de polícia, classe intermédia da hierarquia policial, que existem a nível nacional.