O Estado português colocou 1.250 milhões de euros em dívida a 3 e 11 meses, esta quarta-feira. Os custos foram negativos — os mais negativos do ano –, o que se explica pelos prazos curtos e pelas políticas do Banco Central Europeu (BCE), que mantém a taxa de juro dos depósitos em -0,4% e, com isso, faz alastrar a toda a economia os juros baixos sobretudo em prazos reduzidos.

Foram colocados 950 milhões de euros em bilhetes do Tesouro que serão reembolsados daqui a 11 meses. Os títulos foram colocados a um preço que pressupõe, para os investidores, uma rendibilidade negativa de -0,135%. Já no último leilão a taxa tinha sido negativa (-0,096%).

Além disso, foram emitidos 350 milhões de euros, a -0,266%, também mais negativo ainda do que o último leilão comparável. Apesar de estarmos a falar apenas de dívida de curto prazo, estas emissões estão a ajudar o Estado português (e os outros países europeus) a emitir dívida a custos mais baixos do que aquela que vai vencendo, ou seja, poupando em juros pagos.

“A descida do prémio de risco em toda a Zona Euro justifica estas taxas negativas nos dois prazos, ainda mais negativas que as emissões anteriores. É um movimento que vimos sentido nas últimas semanas, e especialmente na última semana, o da queda das taxas”, afirma Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, em nota difundida pelas redações.

Nos prazos mais longos, “na dívida portuguesa a 10 anos que há um mês estava nos 4,2% hoje está nos 3,76%, numa descida considerável para um curto espaço de tempo. A própria dívida alemã viu as taxas descerem na última semana. Terá sido esta a principal razão para o sucesso desta emissão, em que as taxas saíram a níveis de mínimos históricos”.

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