O ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, diz que a forma como as Forças Armadas lidaram com o caso dos comandos “honra o Exército, porque foi capaz de olhar para dentro num exercício que foi com certeza doloroso e foi capaz de se questionar e corrigir o que era importante corrigir”.

Em entrevista ao Público e à Renascença, Azeredo Lopes explica que o curso dos comandos só foi retomado “quando se determinou mais ou menos o que tinha acontecido”, afirmando que não podia “estancar a formação dos comandos até se encerrar o processo judicial”.

O governante faz questão de sublinhar, contudo, que “nenhum dos que foram constituídos arguidos participa na formação de comandos. E nenhum dos que sofreram sanção disciplinar (em recurso) está a participar também na formação”, destacando que “há um bom senso de separar as questões”.

“Não segui sequer a solução — porventura teria sido mais simples e, admito, até mais popular — de dizer “aconteceu isto, fecha-se o curso de comandos”. Mas quando há uma patologia, não costuma ser solução matar logo e perguntar depois”, afirmou Azeredo Lopes. Sobretudo quando se trata de um curso “com um treino muitíssimo exigente”, explica.

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“Não está nos planos imediatos do Governo o serviço militar obrigatório”

Sobre o serviço militar obrigatório, tema em discussão na Europa, o ministro da Defesa garante que não está, para já, nos planos do Governo, mas garante que “é um tópico que pode ser discutido, como o está a ser no contexto europeu”.

Segundo o governante, a melhor opção para fazer frente aos problemas do recrutamento passa por “transformar a carreira militar numa carreira mais atrativa”. E dá um exemplo: “contratos especiais que permitam prolongar o vínculo, para que não saiam das FA quando estão no apogeu das suas capacidades, sem os transformar em anciãos”. “Do que se trata é de criar condições de remuneração, estatutárias satisfatórias. E de ver como garantimos que, quando saírem, podem ter uma vida profissional interessante e ativa”, destaca.