Vários zeros separam os sacos do Ikea e da Balenciaga, mas há também muito a uni-los. A marca francesa de luxo desenhou uma mala de pele que custa 2.000 euros mas que é em tudo parecida com os sacos de plástico à venda por 0,70 cêntimos nas caixas da gigante sueca.

Demna Gvasalia, diretor criativo da Balenciaga — e também da Vêtements, atualmente falada pelas calças de ganga com um fecho no rabo — tem vindo a somar provocações no seu currículo (largamente elogiado). Das t-shirts DHL da Vêtements à reinterpretação do merchandising da campanha de Bernie Sanders em dois desfiles da Balenciaga, que levou inclusivamente o candidato à presidência dos Estados Unidos a reagir, o designer da Geórgia consegue ser quase sempre falado pelos seus designs e a forma como se apropria de referências fora da moda. Desta vez foram os sacos Frakta, no que levou até um representante da marca sueca a comentar, segundo o The Independent:

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“Sentimo-nos profundamente lisonjeados pelo facto de a mala da Balenciaga se assemelhar ao icónico saco sustentável da Ikea, à venda por 0,70 cêntimos. Nada consegue bater a versatilidade de um grande saco azul.”

Sem conotações pejorativas — essas ficam para a língua portuguesa — o saco azul da Balenciaga faz parte da linha Arena e não tem as famosas letras amarelas da marca sueca mas o logótipo da Balenciaga cravado a dourado. As alças é que também são a dobrar: umas compridas, outras mais curtas.

Apesar da controvérsia que estalou um pouco por todo o lado, como lembram várias publicações, incluindo a GQ norte-americana, esta não é a primeira vez que uma coisa do género acontece. Em 2006, Marc Jacobs enviou para a passerelle da Louis Vuitton um conjunto de sacos aos quadrados inspirados nos das feiras e mercados. O preço? 600 euros.

Os sacos que Marc Jacobs desenhou para a Louis Vuitton no desfile para a primavera de 2007. © François Guillot/AFP/Getty Images