Mais de 400 pessoas foram detidas pelas autoridades venezuelanas após as manifestações contra o Presidente Nicolás Maduro, na quarta-feira, que foram reprimidas pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar). “Está a aumentar o número de detidos que estamos a registar. São mais de 400 a nível nacional”, anunciou o diretor da organização não-governamental Foro Penal Venezuelano, Gonzalo Himiob, através da sua conta no Twitter.

Segundo o responsável, foram detidos manifestantes em Caracas e nos estados de Nova Esparta, Táchira, Carabobo, Miranda, Anzoátegui, Bolívar, Arágua, Barinas, Cojedes, Monágas e Zúlia. As rádios locais dão conta que na noite de quarta-feira (manhã de hoje em Lisboa) as autoridades terão detido um número indeterminado de pessoas que tomaram as ruas do município Santo António de Los Altos (sul de Caracas), em protesto pela repressão policial contra manifestantes opositores.

Os manifestantes colocaram barricadas e atacaram vários funcionários da GNB. No Twitter, muitos divulgaram uma foto de um tanque militar incendiado por manifestantes.

Suspensas estações de TV que transmitiram manifestações da oposição

As autoridades venezuelanas ordenaram às operadoras de televisão por cabo que suspendessem a emissão das estações El Tiempo, da Colômbia, e Todo Notícias, da Argentina, que transmitiram as manifestações opositoras de quarta-feira. A medida foi ordenada pela Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel) e confirmada aos jornalistas pelo presidente da operadora Directv, Héctor Rivero.

Segundo a imprensa venezuelana, durante as manifestações de quarta-feira, a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro, várias pessoas disseram, através das redes sociais, que o sinal do canal tinha desaparecido. Entretanto a Associação de Entidades Jornalísticas da Argentina (ADEPA), emitiu um comunicado informando que “os protestos captaram a atenção dos meios de comunicação internacionais, entre eles o Todo Notícias, cujo serviço foi interrompido durante a transmissão das mobilizações”.

Segundo a ADEPA trata-se de “um grave ato de censura, que se inscreve no agravamento do deterioramento democrático na Venezuela”. Entre os canais internacionais suspensos recentemente pelas autoridades venezuelanas estão a CNN em Espanhol, a NTN24 e a RCN.

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