O ministro da Economia considerou esta sexta-feira “muito importante” o projeto de eletrificação rural do concelho de Mértola, que vai levar eletricidade a 61 casas e explorações agrícolas e pecuárias isoladas, num investimento de 1,3 milhões de euros.

“É um ato muito importante para a vida destas famílias, destas centenas de pessoas”, que não tinham acesso a eletricidade, que “é um bem essencial, algo que a maioria dos portugueses toma como certo”, disse Manuel Caldeira Cabral. Através do projeto, que vai decorrer em três fases e deverá terminar em dezembro de 2018, várias famílias vão passar a ter “acesso a energia elétrica” em suas casas ou explorações e “com isso passar a desfrutar do que é um direito de todos”, frisou.

O ministro falava aos jornalistas no monte de Vale Romeiros, no concelho de Mértola, no distrito de Beja, após ter efetuado a primeira ligação, no âmbito do projeto, de um armazém do agricultor António Catarino à rede elétrica nacional.

“É um momento muito importante para estas pessoas e um momento muito importante em que estamos a fazer aquilo que devemos fazer: servir as pessoas, resolvendo os seus problemas, as suas necessidades, e, neste caso, uma necessidade básica, que chega aqui muito mais tarde do que noutras partes do país”, frisou.

Manuel Caldeira Cabral contou que ficou “surpreendido” quando o presidente da Câmara de Mértola, Jorge Rosa, procurou o Ministério da Economia para tentar resolver a situação das famílias e agricultores do concelho que vivem e trabalham sem acesso à eletricidade. “Não tínhamos conhecimento desta situação e ficámos muito surpresos, não só por existirem ainda pessoas sem eletricidade, mas também pela quantidade de pessoas e famílias que nesta região ainda estavam sem ter esse acesso a esse direito”, afirmou.

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Trata-se de “um problema que estava por resolver e que estamos agora a dizer que vai ficar resolvido”, disse, frisando tratar-se de pessoas que vivem e trabalham sem terem eletricidade no concelho de Mértola, mas vão ter “uma resolução do problema igual à dos outros 10 milhões de portugueses”, porque “a eletricidade é um bem de todos”.”É uma rede que se completa, um círculo que se fecha, mas é um futuro que se abre para que estas famílias possam continuar a viver aqui, com as condições que merecem ter, e a contribuir para o desenvolvimento”, sublinhou.

Em declarações aos jornalistas, António Catarino, agricultor e criador de gado, de 48 anos, mostrou-se “satisfeito” por finalmente ter acesso à eletricidade através da rede elétrica nacional. “É impecável. Não se admitia a gente estar aqui sem luz. Só com painéis solares e geradores não dá. Agora chegou a luz, vá lá, lembraram-se da gente”, disse, admitindo que a eletricidade vai ajudar a atividade agrícola, que, até esta sexta-feira, funcionava com recurso a geradores.

António Catarino tem desde esta sexta-feira um armazém ligado à rede elétrica nacional, mas optou por continuar a ter energia solar na sua casa, para rentabilizar o investimento que fez em painéis solares. “Tenho ali os painéis solares e não vou deitar aquilo fora”, disse.