Canções que nasceram em contexto de ditadura, de conflito, que são de intervenção e de protesto, vão ser interpretadas pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, pelo Coro Sinfónico Lisboa Cantat e por vários convidados, hoje, em Lisboa. O espetáculo “Canções para Revoluções”, no Terreiro do Paço, tem por objetivo assinalar o aniversário da revolução de 25 de Abril de 1974, mas também se insere no programa de Lisboa – Capital Ibero-Americana de Cultura.

No concerto serão interpretadas 26 músicas ibero-americanas que abrangem praticamente todo o século XX, testemunhos de convulsões sociais e instrumentos de resistência em países como Cuba, Chile, Argentina, Portugal, México e Espanha, como explicou à agência Lusa o músico Luís Varatojo, que assina a direção artística.

O espetáculo envolverá cerca de 150 músicos e instrumentistas. Além da Orquestra Metropolitana de Lisboa e do Lisboa Cantat, estarão presentes António Zambujo, Vitorino, Lura, Silvia Perez Cruz, a soprano Marina Pacheco e o tenor Mário Alves, e os instrumentistas Pedor Jóia, Alexandre Frazão e Norton Daiello.

O maestro Cesário Costa assina a direção musical e Pedro Moreira é o autor dos novos arranjos, para canções como “Coro da Primavera”, de José Afonso, “Cálice”, de Chico Buarque, “Todo Cambia”, de Mercedes Sosa, ou “Hasta Siempre”, de Carlos Puebla.

Nas pesquisas desse património musical ibero-americano, Luís Varatojo disse que encontrou uma marca forte da identidade musical de cada país e uma mensagem social que não está datada nem perdeu atualidade. “Há uma coisa curiosa comum a vários países aqui do repertório escolhido, que tiveram ditaduras tardias, até finais do século XX”, disse.

“Canções para Revoluções” foi criado a convite da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGAC) no âmbito de Lisboa – Capital Ibero-Americana de Cultura e do programa “Abril em Lisboa”, organizado para lembrar os valores e as conquistas da “Revolução dos Cravos”.

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