Barack Obama discursou esta segunda-feira na Universidade de Chicago. Foi a primeira vez que o ex-presidente falou depois da saída da Casa Branca e fez uma conferência pública desde que foi substituído por Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

O 44º presidente dos Estados Unidos, que já deixou a Casa Branca há três meses, começou o discurso com uma pergunta: “O que é que tem acontecido desde que fui embora?”. E respondeu.

“Embora existam vários tipos de questões com as quais me importo, a única coisa mais importante que eu posso fazer é encorajar a próxima geração de líderes”, disse Obama no início do discurso.

De facto, o ex-presidente estava acompanhado por jovens líderes de várias universidades e escolas secundárias dos Estados Unidos. As estratégias para a organização da comunidade e o envolvimento cívico foram os temas debatidos, no encontro entre Obama e os jovens presentes, que também intervieram.

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Barack Obama lamentou a influência do dinheiro e dos grupos de interesses na política ou a polarização crescente de alguns meios de comunicação, e que as pessoas se sintam impotentes ou resignadas. “A nossa taxa de participação nas eleições é uma das mais baixas de todas as democracias”, realçou o antigo Presidente, acrescentando que “os únicos que poderão resolver este problema são os jovens, a próxima geração”.

Sem nunca mencionar Donald Trump, a situação atual dos Estados Unidos não ficou fora do discurso, ainda que levemente abordada. “Em 2004, quando disse que não havia estados vermelhos nem estados azuis, que havia os Estados Unidos, isso era aspiracional”, disse Obama, entre gargalhadas.

Desde que deixou a Casa Branca, a 20 de janeiro passado, Barack Obama não fez qualquer discurso nem deu entrevistas, escreveu cerca de uma dezena de mensagens na rede social Twitter e alguns comunicados, nomeadamente para defender a sua lei sobre a saúde, ameaçada pelos republicanos, e para recusar as alegações do seu sucessor acerca da colocação de escutas na Trump Tower, sede da campanha de Donald Trump, durante a campanha leitoral. Segundo o Chicago Tribune, no domingo, Barack Obama participou numa reunião privada com jovens “em risco” de South Side, para falar da violência dos ‘gangs’, de emprego e de formação.