O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, insistiu terça-feira que o seu Governo não vai aplicar as novas medidas de austeridade acordadas com os credores internacionais sem que haja uma solução para a dívida helénica.

Tsipras culpou as disputas entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Alemanha pelo atraso em chegar a um acordo sobre a segunda avaliação do programa de resgate em curso, numa entrevista à cadeia televisiva privada grega ANT1, na qual considerou que fechar esse acordo até 22 de maio é um objetivo “realista”.

O primeiro-ministro grego admitiu que algumas medidas saídas deste acordo vão ser “pesadas” para os contribuintes, ainda que as contrapartidas, também negociadas com os credores, vão trazer “alívio”, como é o caso do imposto sobre a propriedade imobiliária.

O líder do executivo helénico acrescentou que, graças a estas contrapartidas, as medidas a que a Grécia se comprometeu vão ter um “balanço fiscal zero” para os cidadãos gregos.

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“Temos que sair dos memorandos. O país não se pode permitir ter mais tutelas”, salientou Tsipras, citado pela agência de notícias espanhola Efe, realçando que o objetivo da Grécia é sair do atual programa de resgate e “voltar imediatamente aos mercados”.

Tsipras considerou que atingir um superávit primário de 3,5% é possível e que a Grécia já mostrou ser capaz de cumprir estes objetivos.

No sábado, o instituto de estatísticas helénico publicou dados que mostram que a Grécia multiplicou por oito os seus objetivos de superávit primário em 2016 (0,5% do PIB) e obteve 3,9%, segundo o cálculo estatístico, e 4,1%, segundo o que foi negociado no resgate.

“O país foi promovido a nível geopolítico e economicamente”, destacou Tsipras, vincando que está certo que a Grécia vai crescer 2% em 2017.