O Sindicato Nacional de Professores Angolanos (Sinprof) denunciou “detenções e coações” de alguns professores neste primeiro dia da segunda fase da greve, que teve uma adesão nacional de 80%, de acordo com o seu presidente.

A informação foi avançada hoje à agência Lusa, pelo presidente do Sinprof, Guilherme Silva, que fez um balanço “positivo” do primeiro dia de paralisação no ensino geral em Angola, lamentando a detenção do secretário do Sinprof de Luanda.

“O balanço é positivo, embora estejamos a registar movimentações de governantes a coagir professores para trabalharem. O nível de adesão é de 80 por cento, tendo em conta promessas de cargos nas futuras projeções pós-eleições gerais 2017, mas consideramos ter superado as nossas expectativas”, disse.

Os professores decidiram a partir das primeiras horas desta terça-feira paralisar com as aulas em Angola, na sua segunda fase de greve, depois de já o terem feito nos dias 05,06 e 07 de abril, reivindicando dentre outras preocupações melhores condições de trabalho e reajuste do seu salário.

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O Sinprof diz aguardar desde 2013 por respostas do Ministério da Educação e das direções provinciais de Educação ao caderno reivindicativo, nomeadamente sobre o aumento do salário, a promoção de categoria e a redução da carga horária, mas “nem sequer 10 por cento das reclamações foram atendidas”.

A segunda fase da greve de professores arrancou hoje na capital angolana, Luanda, com um nível de adesão parcial dos docentes, verificou a Lusa em alguns estabelecimentos de ensino.

O cenário encontrado foi de alunos a manifestarem o seu descontentamento pela falta de aulas e de direções de escolas a confirmaram que as aulas decorreriam “na normalidade”.

O presidente do Sinprof denunciou a detenção do secretário provincial de Luanda daquela organização sindical, no comando da polícia de Cacuaco, norte de Luanda, até as 17:00, solto depois de prestar declarações.

Quanto ao interior do país, Guilherme Silva informou que na província do Cuanza Norte o governador provincial reuniu com os professores para persuadi-los a trabalharem na quarta-feira.

O ano letivo de 2017 em Angola arrancou oficialmente a 01 de fevereiro, com quase 10 milhões de alunos nos vários níveis de ensino, decorrendo as aulas até 15 de dezembro.

A segunda fase da greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Professores Angolanos deverá decorrer de 25 de abril a 05 de maio, tendo o Governo já solicitado “ponderação à classe docente do país”, admitindo que não há “condições imediatas” para satisfazer todas as reivindicações dos professores.