A dívida dos hospitais públicos à indústria farmacêutica continua a aumentar, atingindo os 892 milhões de euros em março, tendo crescido a um ritmo de 1,5 milhões de euros por dia desde fevereiro, segundo o representante do setor.

João Almeida Lopes falava aos deputados da Comissão Parlamentar da Saúde, onde esta quarta-feira são ouvidos vários representantes do setor sobre as dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), em março deste ano a dívida dos hospitais públicos a estas empresas ascendia a 891,5 milhões de euros.

Este valor representa um aumento de 46,9 milhões de euros em relação ao mês anterior, crescendo assim a dívida a um ritmo de 1,5 milhões de euros por dia.

Os mesmos dados entregues aos deputados apontam para um valor que é o maior desde pelo menos dezembro de 2014, quando o mesmo era de 783,2 milhões de euros.

Na sua exposição, o presidente da Apifarma recordou que, “durante o período de assistência financeira, as empresas farmacêuticas foram reconhecidas como principais contribuintes para o ajustamento realizado ao nível da saúde”.

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Entre 2011 e 2014, a despesa com medicamentos caiu 629 milhões de euros, uma descida que se terá devido a “um conjunto alargado de medidas com o objetivo de reduzir o défice público e de reduzir a despesa do setor da saúde, centrando-se sobretudo na afetação da cadeia de valor do medicamento”.

Segundo a Apifarma, que cita dados do organismo que regula o setor do medicamento (Infarmed), as revisões de preços entre 2012 e 2016 permitiram uma poupança ao Estado de 300 milhões de euros.

“Em consequência destas medidas, foram manifestos os problemas de abastecimento do mercado, com 46% dos utentes a reportar falhas no acesso ao medicamento”, prossegue a Apifarma.