O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) Óscar Gaspar, afirmou, esta quarta feira, que é cada vez menor o interesse destas unidades em fazer cirurgias para o Serviço Nacional da Saúde (SNS) pelo preço “pouco atrativo” e os prazos de pagamento.

Óscar Gaspar falava perante os deputados da Comissão Parlamentar de Saúde que hoje está a ouvir os principais credores do SNS, tendo já ouvido os representantes da indústria farmacêutica e das empresas de dispositivos médicos.

Segundo o presidente da APHP, que começou por recordar que existem 110 hospitais privados em Portugal, as dívidas dos hospitais públicos não são as que mais preocupam o setor, situando-se nos sete milhões de euros.

Segundo Óscar Gaspar, o recurso do SNS aos hospitais privados cinge-se cada vez mais ao programa de combate às listas de espera (SIGIC), nomeadamente nas áreas da ortopedia e oftalmológica.

Contudo, o presidente da APHP revelou que é cada vez menor o interesse das unidades privadas de saúde em realizarem estas intervenções, não só pelo valor que recebem, que “não é atrativo”, como também pelo prazo médio de pagamento: 338 dias.

As alterações das regras do SIGIC, no sentido de deixarem de ser as Administrações Regionais da Saúde (ARS) a suportar os custos das cirurgias, passando a ser os hospitais que não garantiram resposta em tempo adequado, terá contribuído para algumas dificuldades dos hospitais privados.

Durante alguns meses estas unidades de saúde tiveram muitas dificuldades em cobrar as cirurgias realizadas ao abrigo do SIGIC, disse Óscar Gaspar.

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