A peça “Muros” aborda questões migratórias explorando o corpo e as identidades muitas vezes fixadas na noção de raça e de marca territorial e estreia-se esta quinta-feira às 21h30, no Teatro Nacional São João (TNSJ), com repetição na sexta-feira (19h00) e no sábado (18h30), no que é o início da segunda edição do festival de dança contemporânea, que se prolonga durante 17 dias, com um total de 35 espetáculos, entre os quais nove estreias nacionais e oito trabalhos internacionais.

A segunda edição do DDD vai ter mais uma semana de programação, conta este ano com 285 artistas e um orçamento de 434 mil euros (190 mil dos quais da Câmara Municipal do Porto), e volta a acontecer nos palcos e espaços das três cidades da Frente Atlântica.

“BiT”, da coreógrafa francesa Maguy Marin, é uma das nove estreias em território nacional do DDD e o espetáculo acontece no grande auditório do Rivoli, no Porto, pelas 21:30 de sábado, onde o “ritmo assume particular relevância”, do “mais duro ao mais suave” e do mais “lento ao mais apressado” e onde os bailarinos “criam uma dança coletiva e individual que se confunde a todo o momento”, lê-se no dossiê de imprensa.

O evento conta com 57 récitas e mais 25 atividades relacionadas com formação que vão acontecer tanto na rua como em vários espaços interiores.

O diretor artístico do DDD, Tiago Guedes, destaca a “forte programação internacional”, com quatro espetáculos franceses, de Maguy Marin (“BiT”), Yoan Bourgeois (“Celui qui Tombe”), Rachid Ouramdane (“Tordre”) e Noé Soulier (“Faits et Gestes”) e oito estreias de artistas locais, assim como a presença de dezenas de programadores internacionais que vão “descobrir os espetáculos portugueses” para, depois, os levarem além-fronteiras.

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No primeiro fim de semana de DDD, no sábado pelas 18:30, a coreógrafa Cláudia Dias, leva ao Cine-Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, o espetáculo “Terça-feira: Tudo o que é sólido dissolve-se no ar”, peça que mergulha na animação de Vasco Granja e nos seus desenhos animados que criavam mundos a partir de plasticina.

“A Perna Esquerda de Tchaikovski”, pela Companhia Nacional de Bailado com coreografia de Tiago Rodrigues, também vai estar no Cine-Teatro Constativo Nery, nos dias 05, 06 e 11 de maio, enquanto “Night Schlafen” por Alain Platel sobe ao palco do TNSJ nos dias 08 e 09 de maio, e a estreia de “Harmida”, da Companhia de Dança Kale, vai ser apresentada no Armazém 22, em Vila Nova de Gaia, nos dias 12 e 13 de maio.

“É o maior festival de dança contemporânea do país. É um grande projeto que só é possível por esta federação de muitos parceiros, desde logo as três autarquias e os oito coprodutores, todas as instituições e os teatros da região. (…) Senão era impossível fazer este festival”, disse Tiago Guedes.

O DDD termina a 13 de maio com múltiplos espetáculos de dança e movimento, como “M&M”, do produtor e coreógrafo Max Oliveira, pelas 12:00, na praça D. João I, no Porto, e a performance “Efígie”, do bailarino e criador Flávio Rodrigues, às 15:00 e às 19:00, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos.

O festival encerra com “Celui qui tombe”, de Yoann Bourgeois, em estreia nacional, às 21:30 de dia 13, no Coliseu do Porto, havendo ainda oportunidade para uma festa de fecho no Rivoli com Hélio Morais, de Linda Martini e PAUS.

O festival conta ainda com nove oficinas de artistas e ou companhias nacionais, três sessões de cinema, duas exposições, seis conversas pós-espetáculo e seis festas no “Meeting Point DDD”, no renovado Café Rivoli.