O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, afirmou esta quarta feira, em contacto com os líderes do Canadá e do México, não acabar com o Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, em inglês), um pacto com o qual se tinha manifestado contra no momento das eleições. No entanto, quer a sua renegociação.

O anúncio que chegou da Casa Branca indicava que Trump, ao telefone com o Primeiro Ministro do Canadá Justin Trudeau e o Presidente do México Enrique Peña Nieto, “acordou não terminar o NAFTA neste momento”. Em contrapartida, os “líderes concordaram em prosseguir rapidamente de forma a renegociar o pacto em benefício dos três países”.

O ceticismo de Trump em relação ao mercado livre sempre foi um dos temas chave da campanha eleitoral do presidente norte americano. Em entrevista à Associated Press, na passada semana, Donald Trump classificava o pacto como “catastrófico” e “muito mau” para as empresas e os trabalhadores dos EUA, garantindo que ou o renegociava, ou terminaria com ele.

A Casa Branca descreveu as conversas telefónicas como “agradáveis e produtivas”, mas o anúncio da potencial saída dos EUA do pacto, na semana anterior, provocou a desvalorização da moeda mexicana e canadiana. Na declaração feita pelo Presidente norte americano, este mostra-se confiante: “acredito que o resultado final tornará os três países melhores e mais fortes”.

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Os líderes mexicanos e canadianos já se mostraram disponíveis em qualquer momento para a renegociação. Porém, as relações de Trump com os “vizinhos” dos EUA têm sido tensas. O Ministro dos Negócios Estrangeiros Mexicano, Luis Videgaray, deitou por terra os planos para o muro entre os dois países, considerando, esta terça feira, o ato como “hóstil” e garantindo, uma vez mais, que o México não o pagaria.

Para além disso, o presidente norte americano anunciou um novo imposto sobre a madeira proveniente do Canadá, palavras que despertaram preocupações sobre uma potencial “guerra de mercado” entre os dois países.

O anúncio da possível saída do acordo provocou reações imediatas de alguns republicanos, como o Senador do Arizona John McCain, que mostrou alguma preocupação, afirmando que a retirada seria “um desastre para a economia e o emprego no Arizona”.

Recorde-se que Donald Trump já removera os EUA do acordo Transpacífico, que tinha sido negociado sob alçada da presidência Obama.

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