“Nicolás Maduro e Cilia Flores [primeira-dama da Venezuela] estão prestes a sair da pista 4 do aeroporto de Maiquetía rumo ao exílio. As luzes da pista de La Carlota, em Caracas, estão acendidas a meio da noite, sinal claro de que um avião vai levantar voo, tal como fez o ditador Marcos Pérez Jiménez em 1958. O povo defendeu-se com armas em San Martín mataram 30 coletivos [civis armados a favor do Governo]. Há um contigente do Exército que decidiu para de reprimir, a Guarda Nacional já não tem força. É o fim. Vem um aí uma explosão social, vai acontecer hoje.”

Esta mensagem circulou durante dias através das redes sociais e sobretudo aplicações de troca de mensagens, como o Whatsapp. Segundo o El Confidencial, a ela juntava-se uma garantia: “Está tudo super confirmado. É verídico. Disseram-me hoje”. Porém, era mentira.

Segundo aquele jornal espanhol, nos últimos dias circularam várias mensagens deste género. Algumas diziam que a oposição estava preparada para queimar todos os carros que circulassem, desrespeitando o apelo a uma paralisação nacional; outras diziam que a Venezuela estava prestes a ter uma nova moeda, indexada ao peso convertível.

Medias fracos perdem na concorrência contra as notícias falsas

A proliferação de notícias falsas na Venezuela torna-se mais fácil à medida em que os media daquele país perdem cada vez mais a sua autonomia, chegando inclusive a ser encerrados pelo regime de Nicolás Maduro — para isso, bastar não renovar a licença necessária para ter um órgão de comunicação social. Segundo o ranking da ONG Repórteres Sem Fronteiras, a Venezuela é o 137º pior país, num universo de 180, em matérias de liberdade de imprensa.

O El Estímulo, portal agregador de notícias, lançou uma campanha chamada “Apaga As Notícias Falsas”. Nela, dá algumas dicas aos cidadãos venezuelanos para saberem distinguir um notícia falsa de outra fidedigna. Entre as características que fazem parte da maior parte das notícias falsas, o El Estímulo destaca a “linguagem fatalista”, o uso de “jargão popular”, a atribuição da informação a alguém importante e também o pedido para que a informação seja partilhada.