Neville Neville, they’re in defence
Neville Neville, their future’s immense
Neville Neville, they ain’t half bad
Neville Neville, the name of their dad
Neville Neville your future’s immense
Neville Neville you play in defence
Neville Neville you ain’t half bad
Neville Neville is the name of your dad

Neville Neville, aí está ele. Quem? Neville Neville, jogador de críquete dos anos 80, o pai de Gary e Phil, aqueles laterais macambúzios do United. É o primeiro desportista com um nome tão invulgarmente monocórdico. Quem é o segundo? André André. Há magia disruptiva. Mais que evidente. Dizemos André André e só nos é possível esboçar um sorriso. Tal como Neville Neville. Verdade seja dita, quem se lembraria desta teima? Obrigado pai do Neville Neville e obrigado pai do André André.

Tanta conversa para quê? André André é um dos heróis do Porto na vitória justíssima em Chaves, apenas salpicada pela inconcebível primeira parte (mais uma) e também pela expulsão de Maxi Maxi, a primeira com vermelho directo ao fim de 265 jogos na 1.ª divisão (bate o recorde portista de André, de 198 jogos). Fala-se de André e lembramo-nos inevitavelmente do filho André André. O homem provoca o 1-0 e sentencia o jogo com o 2-0 aos 72 minutos, na sequência de um passe a rasgar de Otávio Otávio. Este, pobre coitado, mais se parece com um pino do bowling no Municipal de Chaves. Ao intervalo, já é o rei das faltas sofridas, com quatro. Aos 60′, sofre a sétima e desbronca-se naturalmente na direcção do árbitro Xistra Xistra. É um fartote. O Chaves não atina com a jiga-joga do miúdo. Aliás, o Chaves não atina, ponto.

Parágrafo. O Chaves faz um jogo terrível, sem pés nem cabeça, razão pela qual Casillas Casillas é um ilustre espectador sem bilhete. Uma só defesa, junto à barra, ainda na primeira parte. De resto, que tranquilidade, joder! O Chaves joga mal, passa mal, perde bem. Muito bem. O Porto volta a ter aquele arranque sem personalidade nem alma e só faz o primeiro remate à baliza aos 30′, por Soares Soares, à figura de António Filipe. Seguem-se outros dois, cortesia Rúben Rúben, em livres directos. Quando se apita para o final da primeira parte, é um alívio tremendo.

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No regresso ao relvado, o Porto é outro. É uma transformação notável, de um Mr Magoo para um Michel Vaillant. Se o Chaves não passa do meio-campo das 20h30 às 21h15 com ordem e progresso, então depois das 21h30 isso vira missão impossível. Que falta de tudo. O Porto dá a volta e semeia o pânico em dois lances pela esquerda, por Jota Jota. Aos 52 minutos, duplo erro escandaloso do Chaves na transição para o ataque, ganha André André (lá está, o dude desta noite), ajeita a bola e cá vai disto. António Filipe repele, Soares está no sítio certo e marca de baliza aberta. É o seu 19.º golo no campeonato, o 12.º pelo Porto em 12 jogos.

O Chaves faz duas substituições de uma assentada e zero, nada acontece. É o Porto a baralhar e dar de novo. Aos 72′, Otávio encontra André André e game over. O Porto soma os três pontos com inteiro mérito, o Chaves nem sequer vai a jogo e acumula a terceira derrota da época em casa, a segunda seguida. Volta então a pasmaceira do costume até à expulsão de Maxi, por entrada a pés juntos sobre Davidson. É o primeiro vermelho directo do uruguaio na Liga. Pasme-se: Veloso, João Pinto e Oceano nunca vêem um sequer.

Estádio Municipal, em Chaves
Árbitro Carlos Xistra (Castelo Branco)
CHAVES António Filipe; Pedro Queirós, Ponck, Nuno A. Coelho e Nelson Lenho; Tiba e Bressan; Fábio Martins, Braga (William, 63′) e Perdigão (Davidson, 63′); Rafa Lopes (Elnouni, 73′)
Treinador Ricardo Soares
PORTO Casillas; Maxi, Felipe, Marcano e Alex Telles; Rúben Neves; Corona (Óliver, 66′), André André (Herrera, 82′) e Otávio (João Teixeira, 76′); Diogo Jota e Soares
Treinador Nuno Espírito Santo (português)
Marcadores 0-1 Soares (52′); 0-2, André André (72′)
Indisciplina vermelho directo para Maxi (89′)