Dezenas de milhares de pessoas assinalaram na segunda feira o 1.º de Maio nos Estados Unidos com marchas e concentrações em cerca de 200 cidades de todo o país protestando contra a política de imigração do Presidente Donald Trump.

Os manifestantes invadiram as ruas de Chicago, em Washington D.C., repetiram as palavras de ordem “Donald Trump tem de se ir embora!” junto aos portões da Casa Branca. Em Oakland, na Califórnia, originaram pelo menos quatro detenções ao formarem uma corrente humana em torno de um edifício oficial para exigir que a polícia do condado se recusasse a colaborar com os agentes federais da imigração.

Apesar do incidente na Califórnia, os primeiros protestos por todo o país foram bastante pacíficos, com imigrantes, elementos de sindicatos e seus aliados a realizarem uma série de greves, boicotes e marchas para chamar a atenção para o contributo dos imigrantes nos Estados Unidos.

“É triste verificar que agora ser imigrante é quase equivalente a ser um criminoso”, disse Mary Quezada, uma mulher de 58 anos do Estado da Carolina do Norte que se juntou aos manifestantes em Washington. A Trump, a cidadã norte-americana deixou um recado: “Pare de maltratar os imigrantes!”.

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As manifestações do 1.º de Maio para celebrar o Dia Internacional dos Trabalhadores seguem um padrão semelhante em todo o mundo, em que os participantes reclamam por melhores condições de trabalho. Mas os protestos generalizados nos Estados Unidos tiveram hoje como alvo direto o novo Presidente republicano que, após uma agressiva retórica anti-imigração durante a campanha, adotou a correspondente política agressiva na Casa Branca.

Nos seus primeiros 100 dias no poder, Trump intensificou a fiscalização da imigração, inclusive com ordens executivas para a construção de um muro ao longo da fronteira EUA-México e uma proibição de entrada no país de viajantes oriundos de seis países muçulmanos.

As autoridades detiveram milhares de imigrantes ilegalmente em território norte-americano e o Governo ameaçou reter financiamento de zonas do país em que as autoridades locais estão a oferecer resistência à cooperação com as autoridades federais de imigração, interpondo obstáculos legais.

Ao longo do dia, os protestos contra as suas políticas subiram de tom, exigindo soluções para os problemas criados pela administração Trump, mas a Casa Branca não deu resposta a pedidos de comentário às manifestações deste 1.º de Maio, que registaram uma afluência apenas equiparável à de 2006, em que a população saiu à rua contra uma proposta de lei que pretendia dificultar a imigração.