O Governo italiano nomeou esta terça-feira três administradores responsáveis pela elaboração de um plano de recuperação para a transportadora aérea Alitalia, concedendo um empréstimo de 600 milhões de euros para garantir a operacionalidade da companhia durante seis meses.

Paolo Gentioni, primeiro-ministro italiano, realçou em conferência de imprensa que o objetivo do empréstimo de 600 milhões de euros concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Económico italiano — com o acordo da União Europeia — destina-se a “responder às exigências de continuidade e manutenção” da companhia aérea de bandeira do país. “A nacionalização da Alitalia está excluída desde o primeiro momento e também a rejeitamos agora”, vincou.

Por seu turno, o ministro do Desenvolvimento Económico italiano, Carlo Calenda, que nomeou os administradores de insolvência, referiu que o montante de 600 milhões de euros “é o máximo que é possível desembolsar hoje em dia” e que a Alitalia, depois do trabalho de recuperação de seis meses que vai ser agora iniciado, deve “abrir-se a novos compradores”.

O Conselho de Administração da Alitalia aprovou esta terça-feira por unanimidade pedir ao Governo para nomear um ou vários administradores de insolvência para tomarem conta da companhia aérea, depois de os trabalhadores terem recusado um plano de recuperação. O anúncio foi feito pela própria companhia aérea italiana num comunicado, no qual explica que a decisão é fruto da “grave situação económica, patrimonial e financeira da Alitalia”.

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Com esta decisão começou o processo que deu origem à nomeação pelo Governo italiano de três administradores (o máximo previsto por lei) para se encarregarem da gestão da transportadora. Esta vai ser a segunda vez desde 2008 que a Alitalia vai estar em mãos de administradores de insolvência.

O objetivo dos administradores nomeados pelo Governo será elaborar e apresentar nos próximos 180 dias um plano de negócios viável que permita à Alitalia ser salva da bancarrota e que seja atrativo para captar a atenção de potenciais compradores. Atualmente, o problema principal da Alitalia é a falta de liquidez.

A estrutura acionista da Alitalia é atualmente composta pela companhia Ethiad, dos Emiratos Árabes Unidos (49%), e por uma sociedade que detém os outros 51% do capital da transportadora que é dominada pelos bancos Intesa Sanpaolo (32,01%) e Unicredit (32,67%).