O secretário-geral do PCP exigiu esta terça-feira o cumprimento do estipulado no Orçamento do Estado para 2017, a baixa nos preços do gás de botija já este mês, e desconfiou do benefício de mais empresas concorrentes no mercado.

“O que constatamos é que foi aprovada uma norma no Orçamento do Estado que está a decorrer em que o Governo se compromete em baixar o preço do gás de botija. A verdade é que passaram quatro meses e, por enquanto, não há nenhuma notícia. Mesmo aquela micro medida de repor em dinheiro aquilo que é o fundo da garrafa, que geralmente fica com um pouquito de gás, nem essa, tão pequena, se concretizou”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder comunista discursava no final de uma marcha de protesto contra os preços altos das bilhas de gás em Fetais, Loures, e discordou do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, que admitiu a entrada de mais empresas concorrentes no mercado a fim de pressionar a baixa de preços praticados, em entrevista recente à Antena1 e Jornal de Negócios.

“Aquilo que temos, infelizmente, verificado é que há um concerto, uma combinação, por parte das petrolíferas que, entre elas, acabam por ajeitar os preços. Não será mais um concorrente que resolverá o problema de fundo porque haverá sempre a possibilidade de um entendimento tático por parte das petrolíferas”, disse Jerónimo de Sousa.

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Para o líder comunista, é impensável “a Repsol” ter “capacidade de vender uma bilha de gás em Espanha por 13 euros e em Portugal a 24”.

“São factos, não estamos a especular. As populações têm razão, 75% da população portuguesa não tem gás canalizado”, insurgiu-se, prometendo que o seu partido irá continuar a ter iniciativas, designadamente na Assembleia da República, sobre o assunto.

Seguro Sanches declarou que, até ao fim do ano, o Governo socialista vai avançar com o reembolso aos consumidores pelo gás que fica no fundo das botijas, através de um cálculo médio nacional.