O retrato oitocentista de D. João V e a batalha do Cabo Matapão, que exalta a armada portuguesa, adquirido no ano passado pelo Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, é exibido quarta-feira nas “Obras em Foco”. A obra, adquirida no ano passado por 100 mil euros no Brasil para a coleção do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), será alvo de uma visita guiada pelo diretor, António Filipe Pimentel, às 18h00 de quarta-feira.

Pintada em 1717 por Giorgio Domenico Duprà (1689-1770), esta pintura foi comprada com parte do valor excedente angariado na campanha pública “Vamos pôr o Sequeira no lugar certo”, concluída em abril de 2016, com um total de 745 mil euros.

O óleo – cujo paradeiro ficou conhecido após uma investigação realizada pelo MNAA – foi apresentado pela primeira vez depois da compra, em setembro do ano passado, e enviada para restauro, passando agora a estar patente ao público.

Giorgio Doménico Duprá, retratista preferido do rei João V (1689-1750), representou o monarca com cerca de 30 anos, em traje militar, tendo ao fundo, a batalha do Cabo de Matapão, decorrida em 1717, no extremo sul da Grécia, um dos últimos grandes conflitos navais, com a participação da armada portuguesa.

De acordo com o museu, a pintura terá sido encomendada para ser replicada para as outras cortes europeias, no sentido de exaltar a vitória portuguesa sobre a armada turca, um feito que contribuiu muito para a redefinição do papel da coroa de Portugal no quadro político da Europa da época. Quando o diretor do museu apresentou a pintura, em setembro do ano passado, comentou: “Trata-se da incorporação de uma grande obra do património artístico português”.

António Filipe Pimentel mostrou-se “satisfeito” com a aquisição, e “orgulhoso” da equipa de investigação do museu, que conseguiu recuperar a obra do Brasil para as coleções nacionais. Criado em 1884, o Museu de Arte Antiga acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, em pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

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