Quatro cidadãos estrangeiros indiciados por vários crimes, incluindo “tráfico de pessoas, lenocínio e ofensas à integridade física”, foram detidos na Figueira da Foz, pelos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), anunciaram esta quarta-feira.

Os detidos “aliciavam, transportavam e mantinham sob a sua dependência um grupo de mulheres, todas estrangeiras, forçadas a prostituir-se na via pública”, afirma o SEF, em comunicado.

A operação, que culminou nas detenções, foi desenvolvida no âmbito de um processo titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra e investigado pelo SEF num espaço de tempo “muito curto, tendo em conta a gravidade” dos crimes que estariam a ser praticados.

“Os avultados lucros obtidos com a exploração sexual das mulheres permitia-lhes uma vida de ócio associada à prática de outros crimes”, afirma o SEF.

As cidadãs estrangeiras “eram obrigadas a garantir um mínimo diário de rendimentos para o grupo que rondaria os 200 euros, prostituindo-se ao longo da Estrada Nacional 109 [Porto-Aveiro-Figueira da Foz-Leiria] e noutros locais da zona centro”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para “evitar o controlo policial, os agora detidos não transportavam as mulheres, deslocando-se estas de transportes públicos e táxis, embora depois, ao longo do dia, fossem sendo controladas pelo grupo, que frequentemente recorria a ameaças e agressões, quando as mulheres não cumpriam com as regras e objetivos delineados”, acrescenta o SEF.

Outra das estratégias utilizadas pelo grupo passava pelas “constantes alterações dos locais de residência, conforme foi apurado durante as investigações”.

O SEF fez ainda duas buscas domiciliárias em locais onde os detidos pernoitavam juntamente com algumas mulheres, tendo sido identificadas cinco cidadãs estrangeiras, uma das quais “procurada pelas autoridades do seu país a instâncias de familiares”.

Depois de presentes a tribunal para primeiro interrogatório e aplicação de medidas de coação, dois dos arguidos vão aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva, enquanto os outros são obrigados a apresentações diárias e estão impedidos de sair da freguesia de residência, entre outras medidas.

O SEF contou com 14 inspetores na operação, que decorreu durante um período de cerca de 24 horas, adianta a força de segurança.