A administração de Donald Trump deu mais um sinal de que está a acomodar as reivindicações da China depois de rejeitar os pedidos do comando naval norte-americano do Pacífico para que as suas embarcações passem ao largo de ilhas que a China reclama como suas no mar do Sul da China.

É mais um volte face nas posições de Donald Trump em relação à China. Durante a campanha eleitoral, Trump acusou Barack Obama de ser fraco por não defender águas internacionais e de ter feito poucas destas missões ao largo dos territórios disputados, de forma cada vez mais agressiva, pela China.

Agora, no que parece ser mais uma concessão a Pequim – depois dos contactos diretos com Taiwan, a não qualificação como um manipulador da sua divisa e não imposição de uma taxa sobre as importações chinesas -, Donald Trump terá recusado vários pedidos do United States Pacific Command, que gere as forças na região, para que os navios norte-americanos naveguem perto de algumas destas ilhas disputadas.

A China reclama como sua uma área cada vez maior do Mar do Sul da China, instalando-se em reefs e corais, criando ilha artificiais que usa para instalar bases militares, ignorando um acordo existente com outros países do sudeste asiático e tendo cada vez mais disputas acesas com os navios norte-americanos, que patrulham a zona precisamente para contestar a legitimidade da China.

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Segundo o jornal norte-americano New York Times, que cita responsáveis do Pentágono, desde Donald Trump tomou posse, há mais de 100 dias, nenhum navio norte-americano navegou a menos de 12 milhas náuticas de qualquer uma das ilhas disputadas no Mar do Sul da China.

Numa altura em que a administração norte-americana se vira cada vez mais para a China para ajudar a resolver a delicada situação com a Coreia do Norte, este é mais um sinal de aproximação de Donald Trump às posições da China.

Durante a campanha, Donald Trump chegou a acusar a China de estar a construir no Mar do Sul da China “uma fortaleza militar, de uma dimensão provavelmente nunca antes vista no mundo”. “Eles fazem-no à vontade porque não têm respeito pelo nosso presidente e não têm respeito pelo nosso país”, acusou Donald Trump.