Duas sociedades do grupo Efacec, controlado por Isabel dos Santos, apresentaram ao Governo pedidos para serem consideradas empresas em reestruturação. Entre as medidas previstas de reestruturação a implementar até 2019 estão rescisões por mútuo acordo de 118 contratos de trabalho na Efacec Energia e de 291 contratos na Efacec Engenharia e Sistemas, num total de 409 colaboradores.

Este pedido foi feito no início do ano, segundo uma resposta dada pelo Ministério da Economia a uma pergunta feita pelo grupo parlamentar do PCP, com base em dados do IAPMEI. Nessa resposta são invocados como fundamento para a reestruturação o facto de estas empresas “devido a dificuldades varias, não terem concretizado as reestruturações previstas no período definido, as quais são necessárias concretizar”. A empresa já tinha sido considerada em processo de reestruturação no triénio 2014-2016. De acordo com esta resposta, as últimas reuniões técnicas entre o IAPMEI e a empresa aconteceram a 4 de abril.

No entanto, em declarações ao Jornal de Negócios, o presidente da Efacec, desvalorizou os números apresentados no requerimento. Ângelo Ramalho, adiantou que o estatuto de empresa em reestruturação pedido visa apenas fornecer “um chapéu legal” que permite fazer essas rescisões se, e quando for necessário. E sublinhou que só o futuro dirá se os limites previstos nesse plano serão alcançados.

Por seu turno, a empresa afirmou ao Negócios que não tem em curso um plano de reestruturação e que o plano visa permitir eventuais ajustes. Acrescenta igualmente que o número atual de colaboradores é suficiente para responder ao desempenho atual e previsto para os próximos tempos.

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Têm sido várias as grandes empresas a recorrer ao estatuto de reestruturação para facilitar a negociação de saídas voluntárias, uma vez que este mecanismo permite aos trabalhadores abrangidos acederem ao subsídio de desemprego.

A Efacec Energia e a Efacec Engenharia e Sistemas fazem parte da Efacec Power Solutions, empresa que passou a ser controlada pela empresária angolana, Isabel dos Santos, no ano passado, através da Winterfell. E ainda em 2016, foi noticiada a intenção de retirar aos engenheiros os automóveis atribuídos para uso profissional e pessoal e que para estes quadros fazia parte da remuneração mensal.

O grupo com sede em Matosinhos opera sobretudo em produtos e sistemas de energia e transportes.