Há cerca de dois anos disparou a polémica quando um fabricante chinês, a Landwind, anunciou o início de comercialização de um SUV denominado X7. O nome não é particularmente feliz, mas não é aí que reside o problema. A questão está sim nas formas do veículo à venda na China, uma vez que elas são decalcadas, milímetro a milímetro, do Range Rover Evoque. Que está igualmente à venda naquele mercado.

Logo após a apresentação do X7, a Land Rover iniciou um processo junto das autoridades locais com vista a impedir a comercialização da cópia barata do seu Range Rover Evoque. Sem sucesso. Apesar das reclamações do construtor inglês, as vendas do Landwind X7 não só se iniciaram na data prevista, como rapidamente se tornaram um êxito. E menos mal que a Landwind só lhes copiou a carroçaria, uma vez que o motor é comprado à Mitsubishi.

Agora, passados dois anos de tentativas infrutíferas, a Land Rover passou pelo desconforto de expor a sua gama no Salão de Xangai, com destaque para o Evoque, ao lado do X7 da Landwind. Esta afronta adicional levou o director executivo da marca inglesa, o alemão Ralf Dieter Speth, a distribuir umas alfinetadas em declarações à Autonews. Entre outros comentários, obviamente irónicos, Speth elogiou o X7, afirmando que “é um bom carro, e nós sabemos disso porque é o nosso carro”.

Com um preço que ronda os 35% do valor pedido por um Evoque, ao X7 não faltam interessados, tendo sido comercializadas mais de 80 mil unidades em 2016, o que o torna no líder das vendas da Landwind. Mas o mais curioso – ou assustador – em relação a todo este processo, reside na posição das autoridades chinesas. Tudo porque quando a marca inglesa apresentou o pedido de patente das linhas do Evoque naquele mercado, os chineses decidiram recusá-lo, alegando que as primeiras fotos do modelo já tinham sido tornadas públicas antes do pedido de registo.

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