A Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), em Moçambique, vai reduzir a produção devido ao baixo nível de água na barragem, provocado pela seca dos últimos anos na sub-região, anunciou fonte da empresa.

A água que resta vai ser racionada, pelo que em vez de usar as cinco turbinas de que dispõe para produção de eletricidade, a HCB vai passar a usar apenas três, com potência total de 1.200 megawatt (MW), fechando as outras duas passagens.

A informação foi prestada por Pedro Couto, presidente do conselho de administração da hidroelétrica, citado esta quinta-feira pelo jornal diário Notícias. “A HCB terá de utilizar apenas o volume de água que afluirá à albufeira nos próximos meses”, referiu.

No final de 2016, o nível de água na barragem baixou até 312 metros de altitude (em relação ao nível do mar), o valor mais baixo dos últimos 26 anos. O valor recuperou ligeiramente até aos 319,3 metros na terça-feira, de acordo com informação da HCB disponibilizada na Internet.

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A barragem de Cahora Bassa produziu 16,6 milhões de quilowatt-hora (kWh) de eletricidade em 2016, 1,7% abaixo do esperado. Metade da energia foi vendida à companhia elétrica pública da África do Sul, Eskom, e cerca de 4% foi exportado para o Zimbabué, sendo o resto consumido em Moçambique.

A seca está também a provocar redução de níveis noutros pontos do país. A albufeira de Pequenos Libombos, que leva água à capital, Maputo, e arredores, ficou a 28% no nível pleno de abastecimento no final da estação chuvosa, segundo dados da Direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos de Moçambique, citada hoje pelo Notícias.

A situação vai fazer com que continue a haver restrições no abastecimento, acrescentou fonte daquela entidade.