A insegurança alimentar está na origem do aumento das migrações internacionais ao longo dos últimos anos, informa o Programa Alimentar Mundial (PAM) num relatório publicado esta sexta feira.

“Um aumento de 1% da insegurança alimentar no seio de uma população traduz-se em mais 1,9% migrantes”, revela o estudo do PAM.

A agência das Nações Unidas constata que se registou nos últimos anos um aumento das migrações em todo o mundo, estimando que o número de migrantes no planeta tenha alcançado os 244 milhões em 2015.

Entre eles, o número de pessoas sujeitas a “deslocações forçadas” atingiu no mesmo ano o nível recorde de 63 milhões de pessoas, incluindo “refugiados, pessoas deslocadas no interior de um mesmo país ou requerentes de asilo”, precisou o PAM.

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A agência sublinha também o “papel significativo” que a insegurança alimentar tem no desencadear de conflitos armados e na sua intensidade.

“Uma vez iniciada a viagem dos migrantes, a falta de emprego, juntamente com um acesso limitado à alimentação e à assistência humanitária constituem fatores agravantes que levam as populações a continuar a deslocar-se”, escrevem os autores do relatório.

A análise do PAM mostra que a partida dos refugiados é influenciada pelos conflitos armados e, em menor escala, por catástrofes naturais ou fatores económicos.

“O que sugere que os refugiados não são migrantes económicos, como é muitas vezes dito no debate público”, sublinha o PAM.

O relatório acrescenta que o número total de migrantes aumentou consideravelmente ao longo dos últimos 15 anos, mas a sua proporção em relação à população mundial ficou estável, em torno de 3%.