Um grupo de seis peregrinos iniciou este sábado, em Lisboa, a primeira de seis peregrinações que vão assinalar, até outubro, cada uma das “aparições” relatadas pelos “pastorinhos” de Fátima em 1917, num projeto de cariz solidário, que apoia a Associação Humanidades.

Mário Amorim, guia peregrino, disse à Lusa que o projeto “Seis Aparições, Seis Peregrinações” surgiu no âmbito do estágio do curso de treinador de pedestrianismo, procurando aliar “esta atividade emergente em Portugal ao universo das caminhadas de fé dos peregrinos de Fátima”.

Com um total de 27 dias em peregrinação e 604 quilómetros de caminho, o projeto assinala o centenário das “aparições” dando-lhe uma componente “solidária” ao angariar contributos para o trabalho desenvolvido pela Associação Humanidades, em especial no apoio à mulher, e “divulgar o esforço da Associação de Amigos dos Caminhos de Fátima, na recuperação, conservação, sinalização e divulgação dos caminhos do Tejo, Poente, Nascente e Norte”, disse.

A primeira peregrinação, de deste sábado até quinta-feira, segue pelo Caminho do Tejo (141,5 quilómetros), a segunda, de 09 a 12 de junho, fará parte do Caminho do Norte – de Coimbra a Fátima (97,9 quilómetros) -, a terceira, de 10 a 12 de julho, percorrerá o Caminho Poente, desde a Nazaré (53,2 quilómetros).

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A quarta peregrinação, a 17 e 18 de agosto, seguirá pelo Caminho Nascente, a partir de Tomar (29,5 quilómetros), a quinta, de 10 a 12 de setembro, volta ao Caminho do Tejo, partindo de Santarém (56,5 quilómetros), e a sexta, de 04 a 12 de outubro, fará o Caminho do Norte a partir do Porto (225,6 quilómetros)

As peregrinações realizam-se “de forma autónoma e sem carro de apoio”, visando “promover as peregrinações por caminhos alternativos às estradas”, mais seguros e mais tranquilos, e, ao mesmo tempo, “divulgar o pedestrianismo como uma prática de ar livre que promove o lazer e a saúde dos praticantes, estimulando um contacto consciente e responsável com a Natureza”, afirmou.

No âmbito do seu propósito solidário, o projeto entregou no passado dia 03 um donativo à Associação Humanidades no valor de 142 euros, correspondente a um euro por cada quilómetro a percorrer no Caminho do Tejo, nesta primeira peregrinação, sendo objetivo entregar, até ao final, mais 462 euros, correspondentes às restantes cinco peregrinações.

Mário Amorim realçou que a Associação Humanidades, uma Instituição Particular de Solidariedade Social criada há 15 anos, tem como missão contribuir para o reforço do humanismo, trabalhando para a coesão e a inclusão social, pessoal e profissional de cidadãos em situação de risco, em particular mulheres, sobretudo jovens e mães.

O estágio de pedestrianismo, que teve como tutor Pedro Cuiça, diretor técnico de Montanha da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal/Escola Nacional de Montanhismo, decorreu da frequência do primeiro curso de grau I organizado pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, acrescentou.