A paróquia de Meadowbank, na Nova Zelândia, fica a mais de 19 mil quilómetros de Portugal e é uma prova da universalidade da mensagem de Nossa Senhora de Fátima.

Situada nos subúrbios de Auckland, principal centro financeiro e económico da Nova Zelândia, esta zona com uma população com pouco mais de 11 mil habitantes é um dos muitos locais no mundo que consagrou um santuário à imagem das “aparições” de 13 de maio de 1917, cujo centenário é assinalado este ano com uma visita do papa Francisco.

Em todo o mundo, incluindo Portugal, 120 países têm santuários, igrejas, capelas, escolas, movimentos, instituições, missões, congregações religiosas, altares, nichos, monumentos ou publicações dedicados ao culto à Virgem de Fátima, segundo dados disponíveis na página oficial na Internet do Santuário de Fátima.

Em março de 1950, Meadowbank, na altura uma paróquia com apenas dois anos e construída a partir de estruturas de campanha usadas pelas tropas americanas durante a Segunda Guerra Mundial, acolheu aquele que seria o primeiro local de culto no território neozelandês consagrado a Fátima.

Passadas mais de seis décadas, a paróquia de Meadowbank quer afirmar-se novamente como um santuário nacional dedicado a Fátima.

“Perguntei a outros sacerdotes e eles não sabiam que este local era um santuário nacional. Como vamos ter o centenário da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima às três crianças, acho que é importante lembrar que esta paróquia é um santuário nacional”, afirmou, em janeiro passado, o padre Sam Pulanco, o pároco de Meadowbank, a um jornal local.

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A imagem que está em Meadowbank veio de Fátima e foi criada em 1948 por Guilherme Ferreira Thedim, o coautor da histórica primeira imagem da Capela das Aparições.

Ainda na distante Nova Zelândia, existem pelo menos mais quatro santuários ou paróquias dedicadas a Fátima. Da China à Austrália, dos Estados Unidos à Rússia, passando pelo Uganda e a Argentina, o culto a Fátima atravessa as fronteiras de todos os continentes.

Por exemplo, nos Estados Unidos existem 31 registos de santuários consagrados a Fátima. Já na Argentina são 12 santuários, na Rússia existe um na cidade de São Petersburgo e no Uganda os registos revelam um santuário erguido na capital Kampala na década de 1970.

Na China existem pelo menos 23 locais que remetem à imagem de Fátima. Vários estão situados na antiga colónia portuguesa Macau, mas os restantes podem ser encontrados em outras coordenadas geográficas do gigante asiático, como um santuário na cidade de Fuzhou (sudeste) ou uma capela em Tsingtao (na costa leste). Na Austrália estão identificadas três igrejas e duas paróquias consagradas a Fátima.

No mundo que fala português também foram erigidos vários locais de culto. Em Angola são cinco santuários e 18 igrejas, em Moçambique são seis santuários e nove capelas e igrejas, e no Brasil atingem quase as duas centenas.

Em Cabo Verde existe o registo de quatro igrejas ou capelas, na Guiné-Bissau são conhecidas três paróquias consagradas a Fátima, uma das maiores referências do culto mariano, e São Tomé e Príncipe acolhe um santuário, várias igrejas, um monumento e uma congregação de missionários. Já em Timor-Leste foram identificados seis locais de culto.

Síria, Tanzânia, Japão, Cazaquistão, Egipto, Vietname, Trindade e Tobago, África do Sul, Coreia do Sul, Serra Leoa, Peru e Zimbabué também constam da vasta lista de países por onde a devoção a Fátima marcou presença.

Mais perto de Portugal, o culto à Virgem de Fátima também tem expressão em Itália (35 santuários), Espanha (11), França (cinco) e na Polónia, com registo de 14 santuários e igrejas, dos quais três são dedicadas aos pastorinhos de Fátima (Jacinta e Francisco Marto).

Neste último país, uma das referências foi a reconhecida devoção do papa João Paulo II, de origem polaca, a Nossa Senhora de Fátima. João Paulo II esteve no Santuário de Fátima em 1982, 1991 e, pela última vez, em 2000, altura em que beatificou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

O nome de Fátima também está associado a mais de 60 missões religiosas. Dirigida por padres beneditinos alemães, a “Our Lady of Fatima Mission” foi a primeira do mundo, segundo informação dos próprios missionários, a ser dedicada a Nossa Senhora de Fátima. Os primeiros registos são datados de 1937, vinte anos depois dos primeiros relatos das aparições na Cova da Iria.

A ligação das comunidades portuguesas no estrangeiro com este culto mariano também é uma realidade, existindo várias associações ou institutos com o nome de Fátima, como é o caso da Associação Cruzados de Nossa Senhora de Fátima em Buenos Aires (Argentina), da Associação Civil Amigos de Nossa Senhora de Fátima (Venezuela), da Associação Portuguesa Nossa Senhora de Fátima de Laval (Canadá) e o coro de Nossa Senhora de Fátima no Estado de Massachusetts (Estados Unidos), segundo o Portal das Comunidades Portuguesas.

Fora das fronteiras portuguesas, também existem muitas instituições de ensino católico inspiradas em Nossa Senhora de Fátima: só nos Estados Unidos são 34. O papa Francisco visita Fátima a 12 e 13 de maio deste ano, naquela que será a sua primeira deslocação a Portugal.