O grupo extremista islâmico Boko Haram libertou este sábado 62 das 276 raparigas nigerianas que raptou em 2014, divulgou o Governo nigeriano, citado pela Al-Jazeera. As jovens foram libertadas numa zona de fronteira entre a Nigéria e os Camarões após o governo nigeriano ter negociado a libertação com o Boko Haram.

As 276 raparigas tinham sido raptadas pelos extremistas a 15 de abril de 2014 na escola secundária de Chibok. Na mesma noite, 57 delas conseguiram escapar. Já em outubro de 2016, com a intervenção da Cruz Vermelha, os terroristas libertaram 21, altura em que o porta-voz da presidência nigeriana afirmou que a libertação de mais 83 jovens estaria para breve.

As alunas do liceu de Chibok tornaram-se um símbolo de dezenas de milhares de pessoas ainda retidas pelo Boko Haram, que usa os raptos em massa para recrutar extremistas. Desde o rapto na escola de Chibok, mais de 2.000 crianças foram sequestradas pelo mesmo grupo, sobretudo para serem usadas como bombistas suicidas ou escravos sexuais.

Governo nigeriano soltou terroristas em troca

O Governo da Nigéria admitiu que a libertação das 82 raparigas raptadas há três anos pelo grupo extremista Boko Haram foi feita em troca da libertação de alguns membros do grupo terrorista que estavam detidos.

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O anúncio é a primeira confirmação oficial que o Governo nigeriano faz de qualquer troca feita durante os meses de negociações com o Boko Haram. Depois da libertação negociada de 21 raparigas de Chibok em outubro, o Governo negou que tivesse pago um resgate ou libertado alguns dos membros do grupo extremista em troca das raparigas.

A declaração de hoje do Governo da Nigéria, citada pela agência de notícias Associated Press (AP), acrescenta que está previsto o encontro das 82 raparigas libertadas com o presidente Muhammadu Buhari no domingo, na capital da Nigéria, Abuja.

O grupo extremista Boko Haram tem como objetivo fundamental a implementação de um estado islâmico na Nigéria e já causou mais de 20 mil mortes com os seus ataques.