A direção socialista terá convidado o jornalista Júlio Magalhães para concorrer contra Rui Moreira na corrida eleitoral pela Câmara Municipal do Porto, de acordo com o ex-secretário-geral do PSD, Luís Marques Mendes.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, o antigo líder social-democrata diz que o convite partiu da cúpula socialista e chegou mesmo a ser discutido na administração do Porto Canal, onde o jornalista é agora diretor-geral.

Desafiado a esclarecer quem tinha apresentado o convite, se António Costa ou Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, Marques Mendes repetiu apenas que “foi ao mais alto nível”. O PS já desmentiu a informação.

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A tentativa de convencer Júlio Magalhães a entrar na corrida autárquica terá surgido num momento em que Manuel Pizarro hesitava em aceitar ser candidato pela Câmara do Porto. Perante a indisponibilidade de Júlio Magalhães, a escolha acabou por recair mesmo sobre Manuel Pizarro.

Recorde-se que o autarca portuense decidiu abdicar do apoio socialista depois de Ana Catarina Mendes ter afirmado, em duas ocasiões, que o PS esperava ter uma representação forte nas listas de Rui Moreira. Se a primeira afirmação ao Expresso já tinha sido considerado muito infeliz, a repetição da mesma ideia ao Observador com um acrescento — o de que a vitória de Rui Moreira será também a vitória do PS — fez com que o presidente da Câmara perdesse a paciência.

Para Marques Mendes, de resto, a decisão de Rui Moreira foi “absolutamente compreensível” . A relação entre o independente e o aparelho socialista, continuou o comentador, “parecia um casamento de conveniência em que o noivo não queria casar com a noiva e uma parte da família da noiva também não queria um casamento com o noivo”.

Já o PS, comentou o ex-líder social-democrata, “brincou com o fogo e saiu muito queimado”. Depois das afirmações de Ana Catarina Mendes, a Rui Moreira só restava a opção de romper. Caso contrário, seria visto como “um fantoche” que aceitava o apoio socialista para depois conseguir “um tacho”.

Contas feitas, “Rui Moreira é o grande ganhador”, saindo de uma “situação pantanosa” de forma airosa. Além de se arriscar a conquistar, como tudo indica, uma maioria absoluta, não terá de partilhar a vitória com o PS. Manuel Pizarro, por sua vez, vai entrar na corrida “sem discurso” e perderá todo o “poder real efetivo” na Câmara Municipal do Porto, rematou Marques Mendes.

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