O primeiro-ministro louvou, esta terça-feira, a “maior reforma estrutural do país”, iniciada há 20 anos na ciência, congratulando-se com o ciclo agora invertido de postos de trabalho qualificados a serem criados em Portugal em vez de engenheiros a emigrar.

“A nossa visão de médio prazo para Portugal aponta precisamente para a necessidade de investir nas qualificações e na inovação“, disse António Costa, falando de um “país aberto ao investimento estrangeiro, à atração de talentos, ao cruzamento de culturas”, num evento de promoção do novo centro de competências digitais de uma marca automóvel alemã, em Lisboa.

Segundo o líder do executivo socialista, inverteu-se um ciclo “em que os nossos melhores engenheiros tinham de emigrar para ter trabalho para um ciclo em que os melhores postos de trabalho chegam a Portugal para aproveitar os nossos melhores engenheiros”.

Não estamos aqui por acaso. O país fez uma evolução notável nos últimos anos, graças à aposta feita há 20 anos na ciência e na criação de engenheiros. Em cerca de 10 anos, o número de cientistas e engenheiros na população ativa portuguesa passou de 3% para 6,6%. Já estamos a poucas décimas de estar ao nível da média europeia”, continuou.

António Costa destacou que, “no escalão etário entre os 25 e os 34 anos, no mesmo período”, Portugal passou de “4,7% para 11% de jovens cientistas e engenheiros, bastante acima da média de 8,8% da União Europeia”.

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“A maior reforma estrutural que o país fez quando há 20 anos decidiu investir na prioridade à educação e que as engenharias e áreas tecnológicas eram a primeira prioridade“, vincou, acrescentando ser necessário “continuar a investir nestas prioridades (universalidade de acesso ao pré-escolar, apostar no sucesso educativo no ensino básico e secundário, alargar a oferta de frequência do ensino superior, investir na ciência e nas competências digitais).

Falando sobre o Programa Nacional de Reformas, o primeiro-ministro recordou “as metas de combater a infoexclusão de 50 mil pessoas até 2020” e “reconverter em competências de programação 18 mil licenciados, sobretudo que estão em áreas de baixa empregabilidade”.

O presidente e sucessor de António Costa na Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, também esteve presente assinalando tratar-se de um “projeto especial que marca um virar de página na cidade” antes de assumir três compromissos: “continuar a ser uma cidade que produz talento, através da investigação e da produção de quadros qualificados, a Câmara de Lisboa ser um parceiro comprometido com o sucesso das empresas, pois não há cidade ou região bem-sucedida que não tenha uma atitude amiga do investimento” e “continuar a ser uma sociedade aberta e tolerante”.

A nova estrutura da empresa germânica Mercedes Benz já está a funcionar desde o início do mês e poderá recrutar até 125 pessoas, após a abertura em 2016 do centro de assistência em rede da mesma marca em Portugal. O novo “Digital Delivery Hub” é “o primeiro centro de fornecimento de serviços digitais e de soluções globais de ‘software’ da empresa a nível mundial”, segundo comunicado.