Basuki “Ahok” Tjahaja Purnama, governador cessante de Jacarta da minoria cristã, foi considerado culpado por um tribunal da Indonésia da acusação de blasfémia, tendo sido condenado a dois anos de prisão num julgamento que, de acordo com o The Guardian, “está a ser visto como um teste à tolerância de religião e pluralismo” num país de larga maioria muçulmana.

“Como parte integrante de uma sociedade religiosa, deverá ter cuidado em não usar palavras com conotações negativas sobre símbolos das religiões, incluindo a sua própria religião”, defendeu o juiz Dwiarso Budi Santiarto na leitura da sentença. “Não se sentiu culpado, apesar de ter tomado um ato que feriu os muçulmanos”, acrescentou um outro juiz, Abdul Rosyad.

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Tudo começou depois de Ahok ter alegadamente considerado errada a interpretação de um versículo do Alcorão, a propósito de um muçulmano só dever eleger um dirigente muçulmano.

Milhares protestam em Jacarta contra governador acusado de blasfémia

Recorde-se que, em dezembro, cerca de 200.000 muçulmanos conservadores tinham feito uma grande manifestação na capital da Indonésia contra Ahok, que tinha perdido as eleições no mês passado. O seu mandato, ainda assim, deveria apenas acabar em outubro.