Basuki “Ahok” Tjahaja Purnama, governador cessante de Jacarta da minoria cristã, foi considerado culpado por um tribunal da Indonésia da acusação de blasfémia, tendo sido condenado a dois anos de prisão num julgamento que, de acordo com o The Guardian, “está a ser visto como um teste à tolerância de religião e pluralismo” num país de larga maioria muçulmana.
Ahok supporters cry outside the court. One tells us the court ruling is a win for the radical mob. pic.twitter.com/vwBMHFmlCz
— Samantha Hawley (@samanthahawley) May 9, 2017
“Como parte integrante de uma sociedade religiosa, deverá ter cuidado em não usar palavras com conotações negativas sobre símbolos das religiões, incluindo a sua própria religião”, defendeu o juiz Dwiarso Budi Santiarto na leitura da sentença. “Não se sentiu culpado, apesar de ter tomado um ato que feriu os muçulmanos”, acrescentou um outro juiz, Abdul Rosyad.
Some Protestors not happy with 2 year sentence for Ahok. Wanted 5 pic.twitter.com/cuYdlD3XGq
— Samantha Hawley (@samanthahawley) May 9, 2017
Tudo começou depois de Ahok ter alegadamente considerado errada a interpretação de um versículo do Alcorão, a propósito de um muçulmano só dever eleger um dirigente muçulmano.
Milhares protestam em Jacarta contra governador acusado de blasfémia
Recorde-se que, em dezembro, cerca de 200.000 muçulmanos conservadores tinham feito uma grande manifestação na capital da Indonésia contra Ahok, que tinha perdido as eleições no mês passado. O seu mandato, ainda assim, deveria apenas acabar em outubro.