A Associação de Empresas de Segurança (AES) acusou esta terça feira Sitava de “obstaculizar o processo negocial” e dificultar “um acordo” quanto às condições laborais dos vigilantes aeroportuários ao convocar uma greve de sábado a quarta-feira.

Este comportamento do Sindicato [dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos] apenas contribui para obstaculizar o processo negocial, abalando a confiança que é necessária para que se possa chegar a um acordo que se quer justo, exequível e passível de promover a valorização profissional do pessoal de segurança privado, mantendo a sustentabilidade dos respetivos postos de trabalho”, sustenta a AES em comunicado.

Segundo refere, o pré-aviso de greve foi comunicado pelo Sitava à associação “um dia depois de as partes terem sido convocadas pela Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para uma reunião visando, designadamente, ‘dar continuidade ao processo de conciliação [e] fazer um ponto da situação do mesmo'”.

Num contexto dificílimo para a atividade das empresas, a AES tem-se empenhado, sempre e de forma séria, na negociação com o Sitava, procurando alcançar um contrato coletivo que concilie as reivindicações dos trabalhadores com as necessidades do setor, nomeadamente em termos da melhoria da formação dos vigilantes, da atualização das condições salariais, da organização dos tempos de trabalho e, acima de tudo, da preservação dos postos de trabalho”, acrescenta.

De acordo com a associação, a última reunião entre a AES e o Sitava ocorreu em 20 de março e a 26 de abril a DGERT convocou as partes para se voltarem a reunir no dia 08 de maio, mas a 27 de abril o sindicato optou por convocar uma greve para o período de 13 a 17 de maio.

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Afirmando lamentar “os transtornos que a greve venha a causar”, a AES reafirma “a sua disponibilidade para o diálogo, num quadro de boa-fé negocial”.

Em declarações à agência Lusa no passado dia 28 de abril, o representante do Sitava Armando Costa disse que, após “um plenário muito participado”, ficou decidido que os trabalhadores das empresas Prosegur e Securitas de todos os aeroportos do país, incluindo os dos Açores e da Madeira, vão fazer uma greve aquando da visita do papa Francisco ao santuário de Fátima, que decorre nos dias 12 e 13 de maio.

É uma greve de cinco dias, 24 horas, de 13 a 17 de maio, para os trabalhadores de todos os aeroportos nacionais, incluindo Açores e Madeira”, afirmou o sindicalista responsável pelos assistentes de portos e aeroportos (APA).

Os trabalhadores das empresas Prosegur e Securitas são quem assegura o ‘raio-x’ da bagagem de mão e o controlo dos passageiros e também dos trabalhadores do aeroporto, pelo que uma greve poderá ter impacto no tráfego aeroportuário.

Armando Costa garantiu ainda que “vai haver mais lutas enquanto os representantes da Associação de Empresas de Segurança não se sentarem à mesa para negociar de forma séria o contrato coletivo de trabalho”. Em causa está, por exemplo, “o compromisso do Governo para com estes trabalhadores relativamente às condições de segurança e de trabalho, como os parqueamentos, os cacifos e etc., que foi motivo de se ter retirado o pré-aviso de greve convocado para 27 a 29 de dezembro”.

O sindicalista recordou que “este foi um compromisso feito pelo Governo e que estaria assegurado em dezembro” e lamentou que, em maio, ainda só haja “pequenos avanços”. Entre as reivindicações destes trabalhadores está ainda a celebração de um contrato coletivo de trabalho que permita melhorar salários e horários, assim como acesso a infraestruturas como refeitório, balneários e estacionamento.