O vice-presidente do MPLA, partido no poder em Angola, reafirmou esta quarta-feira, em Luanda, o compromisso do partido na luta contra a corrupção, má gestão do erário público e o tráfico de influências.

João Lourenço, que é cabeça de lista do partido nas eleições gerais de 23 de agosto, discursava no ato de apresentação pública do Programa de Governo 2017-2022 do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e do seu Manifesto Eleitoral.

O dirigente político do partido no poder em Angola sublinhou que o programa do MPLA para os próximos cinco anos “é coerente e consistente”, mas para a sua aplicação “de modo efetivo e com sucesso” são precisas instituições fortes e credíveis.

“Para a efetiva implementação deste programa temos de ter os homens certos nos lugares certos”, referiu João Lourenço, atual ministro da Defesa de Angola, efusivamente aplaudido pelos militantes presentes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ainda de acordo com João Lourenço – que tenta suceder ao Presidente José Eduardo dos Santos nas próximas eleições -, o MPLA vai “promover e estimular a competência, a honestidade e entrega ao trabalho e desencorajar o ‘amiguismo’ e compadrio no trabalho”.

O MPLA reafirma neste programa de governação o seu compromisso na luta contra a corrupção, contra a má gestão do erário público e o tráfico de influências”, referiu o dirigente, acrescentando que o partido conta com “os angolanos empenhados na concretização do sonho da construção de um futuro melhor para todos”.

“Vamos contar com aqueles que estão verdadeiramente dispostos a ‘Melhorar o que está bem e a corrigir o que está mal'”, numa referência ao lema da campanha do partido às eleições gerais de 23 de agosto deste ano.

Na sua intervenção, João Lourenço admitiu que o “MPLA tem consciência de que muito ainda há a fazer e que nem tudo o que foi projetado foi realizado como previsto”.

Contudo, o país tem rumo e estamos no caminho certo, no sentido da satisfação progressiva das aspirações e dos anseios mais profundos do povo angolano”, disse.

Segundo o candidato, para que todos os angolanos beneficiem cada vez mais das riquezas do país, o MPLA tem como foco no seu programa de governação para os próximos cinco anos dar continuidade ao seu programa de combate à pobreza e à fome, bem como o aumento da qualidade de vida do povo.

Para a juventude, a franja da sociedade a quem o MPLA atribui “importância fundamental nos processos de transformação política e social de Angola”, João Lourenço disse que vai continuar “a contar cada vez mais com os jovens nas imensas tarefas do progresso e do desenvolvimento“.

Sobre a consolidação da democracia angolana, o político destacou a realização de eleições autárquicas, a permissão para posicionar o país “num movimento de verdadeira descentralização administrativa”.

Com a instauração das autarquias, a administração estará mais próxima das populações, o que tornará mais fácil a perceção das suas necessidades e aspirações e também a sua satisfação”, realçou.

Acrescentou que este processo contribuirá para garantir o aumento da qualidade de vida e do bem-estar dos angolanos, bem como para um desenvolvimento mais equilibrado do território nacional.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votados é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do Executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições de 2012.