A direção da rádio privada da Guiné-Bissau, Capital FM, apresentou, esta quarta-feira, na Procuradoria-Geral do país uma queixa-crime contra o ativista político Bamba Banjai por alegado crime de ameaça à integridade da estação e dos seus profissionais.

Lassana Cassamá, diretor da Capital FM, indicou aos jornalistas que a estação avançou com a queixa-crime contra Bamba Banjai, também diretor-geral da Viação e Transportes Terrestres, por se sentir “ameaçada e incomodada” com as suas declarações proferidas em abril.

Numa conferência de imprensa, em Bissau, no passado dia 21 de abril, Bamba Banjai ameaçou encerrar a rádio, no prazo de 30 dias, caso a direção não parasse com um programa interativo com os ouvintes.

Mesmo com as ameaças, a direção da Capital FM recusa-se a suspender o programa Frequência Ativa, em que os ouvintes comentam, por telefone, temas da atualidade política e social do país.

Bamba Banjai considerou que o programa permite aos ouvintes proferirem insultos contra as autoridades do país, nomeadamente o Presidente guineense, José Mário Vaz e o primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló.

Lassana Cassamá espera que a ação contra Banjai “sirva de exemplo” contra a classe política guineense que, disse, tem nos jornalistas o “bode expiatório das suas lutas”.

Bamba Banjai, que já se retratou publicamente e pediu desculpas pelas suas declarações que disse terem sido mal interpretadas, é um conhecido ativista político ligado ao grupo dos 15 deputados expulsos do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

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