Numa conferência de imprensa em Wolfsburg, segundo o Financial Times, Herbert Diess afirmou que “tudo o que a Tesla possa fazer, nós podemos fazer melhor”. O CEO da VW estava obviamente a referir-se ao mercado dos eléctricos, em que a marca americana é a referência e promete dominar ainda com maior avanço assim que introduzir o Model 3, o que acontecerá ainda este ano.

Um milhão de unidades por ano. É esta a meta estipulada pela VW para as suas vendas de automóveis eléctricos, a nível global, a partir de 2025. Um valor que, segundo as suas próprias contas, deverá permitir à marca alemã bater a Tesla no seu próprio terreno, e ser a líder mundial do sector neste particular.

Para o alcançar deste desiderato, alguns factores serão fundamentais. Desde logo, a sua nova gama de modelos eléctricos, propositadamente desenvolvidos enquanto tal, a partir da plataforma MEB, específica para este género de proposta: os já famosos membros da família I.D., de que foram já apresentados diversos protótipos, como o I.D. (um compacto previsto para 2020), o I.D. Buzz (monovolume evocativo do “pão de forma”) ou o I.D. Crozz (crossover misto de SUV e coupé).

Mas não só. Herbert Diess, responsável máximo da casa de Wolfsburg, aqui citado pelo Automotive News, acredita que superar a Tesla neste segmento de mercado dependerá, também, e em boa parte, da performance da VW na China. Isto porque se espera que o maior mercado automóvel do mundo o seja, igualmente, para os eléctricos e híbridos plug-in, com vendas estimadas de dois milhões de unidades ano em 2020, e de seis milhões de unidades anuais em 2025.

E, aqui, tenderá a ser determinante a presença que a marca alemã já detém na região. Graças às parcerias estabelecidas com os fabricantes locais (FAW e SAIC), a VW produziu na China, em nove unidades fabris, qualquer coisa como três milhões de automóveis em 2016, e com uma invejável margem de lucro. Pelo que a sua produção de eléctricos também deverá ser assegurada, essencialmente, pela China.

No campo diametralmente oposto está a Tesla, que não dispõe de qualquer parceiro na China. E se é um facto que a marca californiana se prepara para lançar o Model 3, um modelo que lhe permitirá alargar substancialmente a sua base de clientes (a meta é de um milhão de unidades/ano a partir de 2020), ao ser proposto por um preço de entrada de cerca de 35 mil dólares, Herbert Diess não se coibiu de afirmar que a VW disporá de modelos eléctricos mais acessíveis, cuja arquitectura lhes permitirá superar a sua rival norte-americana, e capazes de “fazer tudo o que fazem os modelos da Tesla, e, nalguns casos, até mais”.

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