O Papa Francisco disse este domingo, no Vaticano, que a canonização dos pastores Francisco e Jacinta Marto, em Fátima, é um sinal de atenção por todas as crianças.

“Com a canonização de Francisco e Jacinta, quis propor a toda a Igreja o seu exemplo de adesão a Cristo e de testemunho evangélico. Também quis propor a toda a Igreja que tome conta das crianças”, realçou o papa, falando a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do “Regina Coeli”, um dia após ter concluído a peregrinação a Fátima, noticia a agência Ecclesia.

O papa Francisco presidiu no sábado, no Santuário de Fátima, à cerimónia de canonização dos pastores Jacinta e Francisco Marto, crianças que, com a sua prima Lúcia, afirmaram ter visto Nossa Senhora, na Cova da Iria, em 1917.

A agência espanhola Efe destaca também a mensagem do papa depois da viagem a Fátima, frisando que Francisco se deslocou como peregrino ao santuário português.

Nas palavras que proferiu hoje no Vaticano, o papa instou igualmente ao diálogo e à reconciliação para acabar com as guerras no mundo, “em particular no Médio Oriente”, onde muitas pessoas sofrem “trágicas violências” por questões de fé ou étnicas.

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“Confio em Maria, rainha da paz, a sorte das populações atingidas pelas guerras e os conflitos, em particular no Médio Oriente”, disse o líder dos católicos a partir da varanda do Palácio Apostólico, depois de recitar “Regina Coeli”, que substitui o Angelus em tempo pascal.

O papa referiu que, na atualidade, “muitas pessoas inocentes sofrem duramente”, sejam cristãs, muçulmanas ou pertencentes a minorias como os yazidis, que “padecem trágicas violências e discriminações”.

“Incentivo as diferentes comunidades a recorrer à via do diálogo e da reconciliação para construir um futuro de respeito, de segurança e de paz”, instou o papa, que agradeceu a quem presta ajuda humanitária aos afetados pelos conflitos.

Numa altura em que em Itália e outros países se comemora o Dia da Mãe, o papa reclamou ainda das instituições “uma atenção concreta” para “a vida e a maternidade”.

“O futuro das nossas comunidades requer da parte de todos, especialmente das instituições, uma atenção concreta para a vida e a maternidade”, afirmou o pontífice.

O papa Francisco esteve na sexta-feira e sábado em Portugal, em visita ao Santuário de Fátima.

Além de presidir às cerimónias do Centenário das Aparições e de canonização dos pastores, no sábado, o papa, que chegou a Portugal na sexta-feira, à Base Aérea de Monte Real, no concelho de Leiria, teve encontros com o Presidente da República e o primeiro-ministro, participou na bênção das velas e almoçou com os bispos portugueses.

Nas intervenções que fez em Fátima, Francisco deixou apelos à paz e à concórdia e lembrou os excluídos da sociedade e todos os que sofrem em consequência dos conflitos em vários países do mundo.

Francisco foi o quarto papa a visitar Portugal. Antes tinham-se deslocado ao Santuário de Fátima Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).