Mais de dois mil civis e combatentes rebeldes foram retirados este domingo de um bairro em Damasco, anunciaram os órgãos de comunicação social estatais da Síria, em mais um passo do regime para pôr fim à presença rebelde na capital.

A retirada de pessoas do bairro de Qaboun segue-se ao que aconteceu em outros dois bairros de Damasco controlados por rebeldes, Barzé e Techrine, que estavam tomados desde 2012 por opositores do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Do bairro de Qaboun foram retiradas hoje 2.289 pessoas, incluindo 1.058 homens armados, disse o governador da cidade de Damasco, Bechr Assaban, citado pela agência de notícias síria Sana.

Um correspondente da agência France Presse testemunhou várias pessoas que não queriam sair do bairro a serem obrigadas a fazê-lo.

Na sexta-feira, mais de 1.200 civis e rebeldes foram retirados dos bairros de Barzé e Techrine.

Além de em Barzé, Qaboun e Techrine, os rebeldes estão ainda presentes em outros três distritos da capital síria, Jobar, Tadamoun e Yarmouk.

Depois de perder vastas zonas para as forças leais ao regime de Assad, militarmente apoiado pela Rússia e pelo Irão, os rebeldes foram forçados a assinar acordos de evacuação de zonas que controlavam.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As Nações Unidas denunciaram estas evacuações como “deslocamento forçados” e a oposição síria considera-os “crimes contra a humanidade”.

A Síria vive há seis anos uma guerra civil, entre o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e movimentos de oposição e grupos extremistas islâmicos.

A ONU estima que pelo menos 320.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a fugir desde o início do conflito armado na Síria, em março de 2011.