A Autoridade de Informação Financeira (AIF), que rastreia as transações suspeitas no Banco do Vaticano, entregou um total de 22 ‘dossiers’ ao procurador do Vaticano em 2016, anunciou o organismo esta terça-feira.

Interrogado sobre as acusações recorrentes da lentidão a tratar os ‘dossiers’ de potencial fraude, o presidente da AIF, René Brulhart, respondeu que “mensagens pertinentes vão ser emitidas num futuro próximo” pelo procurador.

O banqueiro suíço, que chegou em 2012 durante o pontificado de Bento XVI, apresentou em conferência de imprensa o relatório anual da AIF, tendo sublinhando que o sistema aplicado no Vaticano para detetar anomalias financeiras ainda é “relativamente jovem”.

Em 2011, o Vaticano pediu para participar no processo de avaliação Moneyval, órgão do Conselho da Europa de avaliação de medidas contra o branqueamento de capitais.

O último relatório, em 2015, concluiu que o Vaticano corrigiu várias fraquezas estruturais, mas foi lento no lançamento dos processos legais. Brulhart deu conta de um “progresso significativo na cooperação bilateral” para troca de informações com as autoridades financeiras de outros países.

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Em 2016, foram emitidos pela AIF 721 pedidos de informação, enquanto as autoridades estrangeiras apresentaram 116 solicitações ao organismo do Vaticano.

O ano passado, o número de “sinalizações” de transações suspeitas feitas à autoridade (207) foi substancialmente menor que no ano anterior (544), mostrando que o sistema se torna “progressivamente mais eficaz”, segundo Tommaso Di Ruzza, diretor da AIF.

No quadro da luta contra o branqueamento de capitais e preventivamente, o Vaticano suspendeu em 2016 mais de dois milhões de euros de transações e operações de origem duvidosa, tendo sido congelados mais de 1,5 milhões de euros em contas e fundos.