O relatório sobre a Situação Económica Mundial e Perspetivas de 2017, das Nações Unidas, revê em baixa a previsão de crescimento do Brasil para 0,1% este ano e uma aceleração para 2,6% no próximo ano.

De acordo com o documento, divulgado esta terça-feira em Washington e que atualiza o de janeiro, o Brasil deverá este ano sair da recessão dos últimos dois anos, registando um crescimento de 0,1%, que é 0,5 pontos mais baixo do que a ONU esperava em janeiro.

A aceleração para 2,6% em 2018, por outro lado, é 1 ponto percentual mais robusta do que os peritos das Nações Unidas esperavam no início deste ano.

A nível global, a economia mundial deverá crescer 2,7% este ano e 2,9% em 2018, uma aceleração face aos 2,3% do ano passado, mas ainda assim “a força da recuperação continua a ser insuficiente em muitas regiões para um progresso rápido para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”.

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O relatório, que não aborda pormenorizadamente cada país, antes agrupando os países em regiões ou condições comuns, explica que a recuperação da economia brasileira é ainda “incipiente” e diz que “o nível mais baixo do preço das matérias-primas desde meados de 2014 afetou os novos investimentos” em países como o Brasil, Chile, Rússia e África do Sul.

A nível regional, a ONU prevê um crescimento modesto na América Latina, de 1,1% este ano e 2,5% em 2018, depois de ter sofrido uma recessão de 1,3% no ano passado. “A região continua a enfrentar riscos e incertezas significativos, especialmente relacionados com medidas de política macroeconómica nos Estados Unidos e agendas reformistas internas”, explica-se no relatório.

A incerteza no ambiente económico afetou também as empresas, que apostaram na emissão de dívida para fazer face à quebra das receitas que resultou do abrandamento económico, e até mesmo da recessão nalguns casos, como no Brasil.

“O setor privado nas economias emergentes está especialmente vulnerável a mudanças repentinas nas condições financeiras”, lê-se no documento, que aponta que “a dívida corporativa nestas economias subiu mais de quatro vezes na última década, particularmente no Brasil, China, Rússia e Turquia”.